quinta-feira, 31 de agosto de 2006

ESTREIA

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(foto: Hélio Mateus)

QUARTETO + OUR PARTY PEOPLE
(SHALL WE DANCE 3)

Depois de uma residência de um mês no CENTA em Vila Velha de Ródão o Teatro Praga estreia as peças Quarteto e Our Party People, a terceira parte do ciclo Shall We Dance.

apresentações públicas do trabalho:
1 de Setembro, no estúdio do CENTA em Vila Velha de Ródão (20:00)
2 de Setembro no espaço dos grupo Cães à Solta em Alcains (20:00)

QUARTETO
Cláudia Jardim e José Gonçalo Pais

«Em Quarteto, o autor dá continuidade ao questionamento do projecto racionalista da modernidade, via crítica da Revolução Francesa. O registo cénico que indica como espaço temporal da peça dois momentos da civilização moderna, uma inaugural e outro final – “ Tempo: Salão antes da Revolução Francesa/ Bunker após a Terceira Guerra Mundial” – sugere o fracasso dos ideais humanitários da revolução – fruto do Aufklärung. A questão da sedução sexual e da relação entre os sexos tem pois, por pano de fundo, a macroestrutura do poder, as estruturas sadomasoquistas da história. No que diz respeito ao casal articulador da sedução – Valmont e Merteuil , que completa o “quarteto” apresentando as falas imaginárias das suas vítimas, Madame de Tourvel e Cécile Volanges – a dicotomia entre sentimento e o intelecto resolve-se em detrimento da espontaneidade da natureza, do emocional, permitindo um paralelo entre a posse do corpo feminino pelo o homem e a colonização da natureza pela razão instrumental.»
Ingrid D.Koudela, Heiner Müller - O Espanto do Teatro

Este é sem dúvida um espectáculo político, não no seu sentido partidário mas enquanto agente da polis. Um espectáculo que procura tornar infinitivos todos os tempos verbais, possibilitando as pontes entre os planaltos. Procuramos a crueza, a abolição de uma moralidade ou aimposição de uma ética dominante. Interessam-nos mais as questões do que respostas. O espectáculo que ainda não sabemos bem o que é e é justamente por isso que o decidimos fazer.

OUR PARTY PEOPLE
Maria João Machado e Sofia Ferrão

Uma festa é um álbum de memórias comuns. Há em todas as festas uma reminiscência de religioso que aproxima as pessoas, suscitando um estado efervescente e de delírio. É o excesso legalizado, é o convite à excepção, que acontece numa zona de bruma em que se perdem as fronteiras entre o lícito e o ilícito. A festa constrói-se na anarquia e na subversão das normas, na ruptura com o quotidiano. Está quase sempre para além do instituído. Ao encorajar a destruição do estabelecido ela conduz a um porvir que escapa, por algum tempo, a toda a definição. Festejar é evocar o arrebatamento original, o caos a partir do qual se instaurou o ser-em–conjunto. É um sintoma de vida.A festa é um terrorismo benéfico, que abre espaço ao inesperado e à surpresa, ao novo. Uma festa não se permite confundir com outra. Organizámos uma festa, a nossa festa. Registámos movimentos, linhas de fuga, a articulação das histórias, as velocidades, as pessoas. Agora coleccionamos verdades que cartografam ficções. Queremos saber o que é a festa ideal, perseguir a metáfora desse espaço criativo e libertador.

"A imagem obscura dos jogos de papéis, aquela que uma festa exalta sem vergonha nem culpabilidade é, seguramente, a figura emblemática mais expressiva da pós-modernidade."
Michel Maffesoli, Entre o Bem e o Mal, Instituo Piaget, 2002, tradução de Joana Chaves

Co-produção: Teatro Praga / CENTA
Ambas as estrturas são financiadas pelo
Ministério da Cultura / Instituto das Artes
Parcerias: ESTE / Cães À Solta
Apoio: ASTA - associação de Teatro e Outras Artes

Para + info: 21 726 92 25 / 91 854 70 50
www.teatropraga.com ou http://teatropraga.blogspot.com
Para as apresentações públicas, agradecemos a confirmação prévia de presença através dos mails: centa@mail.telepac.pt e/ou caesasolta@gmail.com

Imprensa II

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Histórias de actores, marinheiros e de outros que o não são

Chegou a Lisboa a 2.ª edição de Shall we dance? (estreada em Montemor-o-Novo, em Dezembro de 2005), plataforma onde elementos do Teatro Praga apresentam projectos individuais. Na primeira edição, os co-criadores de Antes de Começar (Carlos Alves e Marta Furtado) e O Jogo das Escondidas (Paula Diogo e Joaquim Horta) não procuram articular as peças mostradas.Aqui, pelo contrário, a duplicação do título - Shall we dance? Shall we dance? - remete para o facto óbvio de esta ser a segunda edição do ciclo. Mas não só. Reiterando o insinuante convite (Dançamos?), fixa ainda a "sedução" como motivo dos três trabalhos que o integram (esforço desde logo concretizado na partilha da criação com elementos estranhos à companhia).As regras destas "afinidades electivas" definem-se em Hidden Track, a peça de abertura. À velha maneira, Carlos Alves assume-se como "prólogo teatral", estratégia engenhosa de enunciar os planos distintos que convergem no espectáculo. Primeiro, expõe os três "actos" do seu projecto: anúncio da sedução dum estranho (o desconhecido "…" da ficha artística); posterior busca, na rua, de alguém que dance com o marinheiro em que se transforma (o "hábito" faz o monge…); de regresso à cena, o slow dançado que prova o triunfo da conquista. Depois, expande significados acumuláveis no conceito de "sedução", aproximando-o do "vampirismo" que a máquina teatral pode assumir face ao espectador desprevenido. Por fim, "prefacia" os dois trabalhos que se seguem.Copyright, de Patrícia da Silva (Praga) e Nelson Guerreiro (convidado), e Super-Gorila, de André e. Teodósio (Praga) e José Maria Vieira Mendes (convidado), estruturam-se como variações temático- -formais do motivo central. Em Copyright, a sedução desce ao seu grau zero através duma irónica perturbação da percepção (sugere-se a leitura dum texto quando apenas se esperava olhar para algo) e duma estudada displicência interpretativa (próxima do didactismo documental). No pólo oposto, o genial desempenho de André e. Teodósio do atabalhoado adolescente terrorista de Vieira Mendes recupera o puro prazer de conhecer um "outro" que só existe num (bom) texto e no irrepetível trabalho do actor.A experimentação simultânea de modos contrastantes de representar, a implicação do espectador e o risco/esforço de lhe exigir um olhar crítico sobre a "cultura" que frequenta accionam-se aqui com peculiar sucesso, reforçando-se a estética que distingue o Teatro Praga.
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Miguel-Pedro Quadrio in Diário de Notícias, 28 de Agosto de 2006

Imprensa I

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Shall we dance shall we dance o convite do teatro praga

Dois convites. É assim que tudo começa. Um convite feito a um criador que não pertence à companhia e outro feito ao público. Foi deste modo que surgiu a ideia para o ciclo "Shall We Dance Shall We Dance", que o Teatro Praga apresenta em co-produção com O Espaço do Tempo até 9 de Setembro no Hospital Miguel Bombarda, em Lisboa. O espectáculo, o segundo do ciclo (o primeiro foi apresentado em 2003), é composto por três pequenas criações: "Shall We Project", de Patrícia da Silva e o seu convidado Nelson Guerreiro, "Super-Gorila" de André e. Teodósio e José Maria Vieira Mendes, dos Artistas Unidos; e "Hidden Track", de Carlos Alves e de qualquer pessoa que o actor encontre durante os 80 minutos de espectáculo para dançar com ele. Os autores são também actores nas peças, à excepção de José Maria Vieira Mendes, que se assume apenas enquanto dramaturgo. "Em princípio escolhemos alguém com quem nunca trabalhamos", diz Carlos Alves. "Ajuda a promover uma relação de trabalho, a reciclagem de ideias, é algo positivo para conseguirmos estar atentos." O objectivo dos duetos "não é o espectáculo mas o produto da colaboração", acrescenta André e. Teodósio. "É por este motivo que pretendemos fazer um todos os anos", diz Patrícia da Silva. "Ainda este ano, em Outubro, haverá um terceiro "Shall We Dance" e para o ano um quarto, na Culturgest." A companhia propõe "Shall We Dance Shall We Dance" como um espectáculo repartido em pequenos momentos. "Dizemos que é um ciclo servido em pequenas doses porque apresentamos sempre duas ou três pequenas criações acopladas", explica Patrícia da Silva. As peças não têm intenção de fazer sentido no seu conjunto, não há intencionalidade na sequência. "Produzem um código juntas mas que para nós é abstracto, não sabemos explicar o que são juntas mas tinha de haver uma sequência para o espectador", diz André e. Teodósio. O espectáculo já foi apresentado no ano passado em residência artística, em Montemor-o-Novo. Mas este "Shall We Dance Shall We Dance" é diferente. Os textos foram alterados e desenvolvidos. "Foi a vivência em conjunto na residência que ajudou a criar o espectáculo", diz José Maria Vieira Mendes. A criação começa com "Hidden Track". Carlos Alves explica, sozinho em palco, que vai procurar nas ruas alguém para dançar com ele no fecho da peça e sai. E se não encontrar ninguém para dançar? "Bem, tenho um plano C que espero nunca ter de colocar em prática: peço a alguém do público que dance comigo, mas a intenção é mesmo contar a minha experiência nas ruas", diz. Segue-se "Shall We Project", a peça que mais interpela o público e se apresenta quase como uma aula expositiva sobre vários projectos, e depois "Super-Gorila", a história de um jovem crítico que quer simplesmente destruir a sala. Não há, porém, um princípio, um meio e um fim, como insistem os actores ao longo do espectáculo. O público é interpelado ao longo de todas as peças de diversas formas - é convidado a ler, a responder, a participar. "A interpelação que fazemos não passa do reconhecimento da situação, não pretendemos quebrar a convenção do teatro mas apenas reconhecê-la", diz Patrícia da Silva. "O ambiente é individualizado, precisamos muito do público", reconhece Nelson Guerreiro. E é durante a própria peça que descrevem o tipo de espectador que procuram: "É aquele que não vai à espera de confirmar as intuições que um texto de apresentação ou uma sinopse no programa, um artigo de jornal ou uma crítica ou um simples comentário de alguém lhes suscita", pode ler-se num dos textos que distribuem individualmente a cada espectador no decorrer do espectáculo. O Teatro Praga, criado em 1995, trabalha sem encenador. Cada um dos actores é um encenador por si. Admitem que é mais difícil trabalhar deste modo mas "o gozo é maior", diz Carlos Alves. "Quando se trabalha sem encenador há maior implicação do actor como criador e não apenas como executante. Repartimos a responsabilidade por todos." Trabalhar sem encenador é apenas uma das convenções que o Teatro Praga quer quebrar. A companhia não se integra em nenhum estilo teatral e não tem um manifesto estético. "As regras estão rotas, as pessoas é que tentam tapar os buracos. Não fazemos nada de novo, nem de experimental. Não fazemos de propósito para ser "outsiders"", diz André e. Teodósio.
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Ana Tavares in Público /Y - Sexta, 25 de Agosto de 2006

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

ESTREIA HOJE

© + Super-Gorila + Hidden Track
(ciclo shall we dance)
co-produção Teatro Praga / O Espaço do Tempo

23 de Agosto a 9 de Setembro_4ª a Sábado_21h30
Hospital Miguel Bombarda_Rua Dr. Almeida Amaral (junto ao Hospital dos Capuchos)
RESERVAS: 21 726 92 25 / 91 854 70 50 / producao@teatropraga.com
www.teatropraga.com / www.teatropraga.blogspot.com


Shall we dance é um ciclo feito em pequenas doses. Um motor para a exploraçãode cumplicidades. Uma operação a duas mãos.
Um elemento do Teatro Praga convida um forasteiro para colaborar consigo.
Sempre tivemos presente uma ideia de migração que atravessa, define e estrutura os percursos de quase todos nós. E há músicas que simplesmente nos podemos recusar a dançar. Este "shall we dance" é composto pelos seguintes espectáculos:

©
Um espectáculo de Patrícia da Silva e Nelson Guerreiro
Photobucket - Video and Image Hosting(foto: Ângelo Fernandes)
Shall we project: Um espectáculo com futuro. Atravessei a pista e perguntei: Queres tangar? E nesse silêncio inaugural que antecede o arranque da orquestra, tangueámos logo, em projecto. Euforia epifânica. Desde então que acolhemos as nossas ideias literalmente. Ou seja,entendemo-nos. À partida com vista à chegada. Daí aqui foi um passo para uma primeira licitação para responder às questões: quando é que continuamos? Quando é que vamos ter tempo? Por onde começamos? Será que a vida vai chegar? Respostas: porque queremos escapar do destino, que é tão certinho, de ter ideias para espectáculos que poderão nunca se concretizar, pelo menos para além da sua partilha com quem nos está mais próximo, considerando que, sem necessidade de o justificar agora, esse gesto também os pode realizar.

Super-Gorila
Um espectáculo de André e. Teodósio e José Maria Vieira Mendes
Photobucket - Video and Image Hosting(foto: Ângelo Fernandes)
"Estamos tristes, é normal. Isso estamos sempre." Há histórias que já não se contam. Há coisas que estão mal. Há palavras que não se dizem. Não existem razões, nem se encontra uma direcção, um inimigo ou um culpado. Acontece muito e tudo em simultâneo. E é difícil estar quieto e também falar e ficar calado. Raras vezes se percebe quando começou como também quando acaba ou quando se juntam e separam. Procura-se no tempo, vai-se atrás para achar o fio que se perdeu. Mas a memóriaé fraca. E a vontade pouca. Este espectáculo começou num adolescente.

Hidden Track
Um espectáculo de Carlos Alves e...
Photobucket - Video and Image Hosting(foto: Ângelo Fernandes)
Uma faixa escondida é um trecho musical que foi deliberadamente colocado num CD, cassete áudio ou um qualquer outro meio de gravação, de forma a evitar ser detectado pelo ouvinte ocasional. Pode ser excluída da listagem das faixas ou ser propositadamente escondida através de métodos mais elaborados. Em casos mais raros, pode simplesmente ser o resultado de um erro de remasterização na produção de um disco.

Ficha técnica

Colaboração especial: Pedro Martinez / Operação de luz e som: Pedro Pires / Imagens de Promoção: Javier Nuñes Gasco e Catarina Campino / Design Gráfico: Javier Nuñes Gasco e Catarina Campino / Produção e promoção: Pedro Pires

Agradecimentos: Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, O Espaço do Tempo, Rui Horta, Luis Bombico, Javier Nuñes Gasco, Catarina Campino, Pedro Penim, Rita, Clara, José Gonçalo Pais, Diogo Tavares, todos os entrevistados, Nuno Borda D'Água, Mário Afonso, Pedro Olivença, Spectacle, Família Teodósio, Família Silva, Família Alves, Pedro Martinez, JoãoGonçalves, Hospital Miguel Bombarda, Culturproject (Nuno Prata), Ajagato (Mário Primo), Pragas...

domingo, 20 de agosto de 2006

HIDDEN TRACK

Photobucket - Video and Image Hosting
Abertas as inscrições... deixe um comment com o seu e mail e será contactado(a).

Ciclo Shall We Dance
Hospital Miguel Bombarda
de 23 de Agosto a 9 de Setembro - 21h 30 m
de quarta a sábado.

terça-feira, 15 de agosto de 2006

Private Lives no Fundão


(fotografia: Siniša Šariri )

Sábado, 19 de Agosto, 22 horas
sede da Gardunha Viva, junto à piscina municipal.

O Fundão é palco, entre os dias 18 e 26, da segunda edição do TeatrAgosto, uma iniciativa da ESTE - Estação Teatral da Beira Interior e Gardunha Viva.

domingo, 6 de agosto de 2006

40 Graus à Sombra


Já chegámos ao centa!

Muito calor! Mas mesmo muito!