quinta-feira, 17 de maio de 2007

Ensaios O Avarento - Hospital Miguel Bombarda

Dona Alzira - Minha filha, minha querida Marina, tens tanto ainda para aprender. A vida inda só vai no princípio. Confia na tua mãezinha. Gente como nós que nasceu com pouco não pode ficar de braços cruzados à espera da justiça. O velho Arpagão acha que temos umas terras. Impingi-lhe o boato e ele avançou com a proposta. Assinados os papéis e consumado o acto damos-lhe a verdade. Ele cai apopléctico e entra para as urgências. Seis meses de coma, se tanto, e depois o funeral. Mais meio ano de luto e és uma mulher livre.
Marina - E porque é que não casas tu com ele?
Dona Alzira - Porque ele a mim não me quer. Sabes como são os moribundos. Gostam da juventude.
Marina - Vendes este meu corpo puro.
Dona Alzira - Não sejas saloia. Santo Deus! Tanta ingenuidade dá-me cabo das mamas. Queres viver para sempre neste buraco escuro? Queres continuar a olhar para as montras sem uma moeda no bolso? Tu nem um cartão de crédito sabes o que é, filha! O mais que consegues é roubar notas do bolso dos outros, Isso não é futuro. Mais cedo ou mais tarde…

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Excerto do dia:
- Porque é que estás a ler?
- Porque é da minha personagem. Está na didascália.