segunda-feira, 30 de junho de 2008

Fragmento a partir de um post

Escritor No more, never more. Vamos acabar com a arte do quotidiano, com as colecções lá de casa. Vamos acabar com a parafísica. Vamos acabar com o jogo. Vamos acabar com a sorte. Vamos acabar com a anarquia. Vamos acabar com a exaustão e os criadores exaustos. Vamos acabar com o silêncio. Vamos acabar com as questões em torno do processo. Vamos acabar com as questões. Vamos acabar com os mistérios. Vamos acabar com o intertexto. Fim das metáforas. Vamos acabar com as posições 'anti-narrativa'. Vamos POR FAVOR acabar com as 'petites histoires', as historinhas. Vamos acabar com a ironia. Vamos acabar com a indeterminação. Isto não é ironia. Vamos acabar com a ironia. Eu não me estou a rir. Vamos acabar com as personagens. Vamos acabar com a estrutura. Vamos acabar com –
- Escreve-me uma peça.
- Eu quero fazer de mim própria. Quero fazer de princesa.
(Escritor tenta suicidar-se com uma almofada.)
- para o escritor: Não me arranja umas notas? Estou a precisar de dinheiro. Não tem dinheiro para me dar? Se eu me casar consigo. Escreve-me uma peça, vamos ficar ricos. Os dois. Vamos viajar. Vamos conhecer outros mundos. Não quer conhecer outros continentes? Outras culturas? É tão bom conhecer outras culturas. Vamos fazer uma viagem à volta do mundo. Eu e tu. Uma aventura. Vamos casar e fazer... Vamos à praia apanhar sol. Não queres ir à praia comigo?
Escritor Não gosto de praia.
- Não gostas? Estás deprimido. Estás revoltado? Estás revoltado?
Escritor Não. Não. Não. Não. Não.
- Então vamos para o México. Não queres ir comigo para o México? Vamos os dois. Escreves-me uma peça.
Escritor Eu não quero escrever uma peça.

Fatzer

CORO
Destruição do quarto
do tempo
deitar fora
o todo
que é impossível
para experimentar – sem realidade
(...)Tudo aquilo que hoje é pensado só é pensado
para que pareça bem tudo aquilo
que é feito! Tudo o que hoje é feito está errado, e portanto tudo aquilo
que hoje é pensado
está errado.
O objectivo com o qual um trabalho é feito não é idêntico
ao objectivo pelo qual é avaliado.
O reconhecimento pode ser útil num outro sítio
ou seja, onde foi descoberto.

Fatzerdokument 10 – Projektion
Brecht (H. Mueller)

domingo, 29 de junho de 2008

Conversas Obscenas

Encontros Obscena
esta segunda-feira, dia 30, às 21h30
com artistas convidados, críticos e espectadores
- em parceria com a Livraria Trama -

O prometido é devido. Motivados pela vontade de continuar a estimular a reflexão e o debate sobre artes de palco, e com a cumplicidade da Livraria Trama, estendemos a nossa intervenção no espaço público com a organização de encontros regulares, abertos ao público, com a participação de artistas, críticos, investigadores e outros convidados. Serão conversas informais, com espaço para um café e com livros à volta, tendo por mote a actualidade da criação artística e sempre subordinadas a um tema que é apresentado na sessão anterior.

A partir de dia 9 de Junho - em que falámos sobre o Festival Alkantara - e de três em três semanas, sempre à segunda-feira, pelas 21h30.

A Livraria Trama fica na Rua São Francisco Nery, ao Largo do Rato, em Lisboa.

Inter View

Muito divertida esta entrevista. Aqui.

P.S. Pedro, este mês conseguimos ultrapassar o 'mês com maior número de posts'.

Livre/o


Aos queridos mortos
Durs Grünbein
Ed. Angelus Novus

"Wie Chris (3 Jahre) seinen Bruder Bob (9 Jahre)
Im spiel erschoß, vermerkt ein Polizeibericht
Aus Philadelphia."

REVOLUCIONÁRIO XXI (o sintetizador)


Oron Catts
Mais info: 1 2.

"If they say -
Why, why, tell em that is human nature
Why, why, does he do me that way
If they say -
Why, why, tell em that is human nature
Why, why, does he do me that way" Michael Jackson

Fat Itch


Artista: shegundo galarzo é Shegundo Galarzo
Álbum: Interpreta músicas de José Afonso, José Mário Branco e Sérgio Godinho
Ano:
Editora: Polygram

LADO A
1. Casa comigo Marta
2. Maré Alta
3. Maio maduro Maio
4. O que faz falta
5. Eh! Companheiro
6. Mariazinha
LADO B
1. Liberdade
2. Coro dos tribunais
3. Maria Faia
4. O charlatão
5. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
6. A noite passada

O título poderia ser outro: B.S.O. para o filme "Moura Ria" de Q. Tarantino ou "Comer na Gruta Velha" de G. Damiano, etc e tal. Este disco é um Love Boat meets "Symphonie des jouets" de Mozart. Substância sub traída das músicas = forma que incrementa mistério. As orquestrações são constituidas por fragmentações tímbricas (respeitando sempre os desenvolvimentos rítmicos) divididas pela orquestra; um Czerny orquestral; música revolucionária em muppets. Uma pérola. Um deleite. Por vezes um Bonanza. Obrigado Ander por me teres apresentado este disco. E obrigado Shegundo, primeiro pela persistência e Shegundo pelo Rámon.

Matina bambina

Hoje tive a minha primeira (é provável que última) sessão psicanalítica.
Temas: TurboFolk, Platão, Pobreza, Esferas, Homosexualidade, Arte, Religião, Álvaro Cunhal, Amália, João César Monteiro, Rancière, Singer, Sloterdijk, Godard, Rambo Amadeus, Badiou, Wagner, e, segundo Lacan, respondi-me a mim mesmo.

sábado, 28 de junho de 2008

Some of us we'll be there...

Come and kill us!

Lacrimae Rerum - Ensaio sobre cinema moderno


com Slavoj Žižek, filósofo, pensador e investigador, apresenta na Cinemateca de Lisboa o seu livro sobre cinema moderno – Lacrimae Rerum – com ensaios sobre Hitchcock, Lynch, Tartovsky e outros cineastas de renome

DIA 28 JUNHO 21.30 NA CINEMATECA

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Para o Royal

hihihihihihihihi

Mais info do nosso REVOLUCIONÁRIO XXI (o infiltrado)


MAIS INFO AQUI.
EM BREVE ESTARÁ INFILTRADO.

REVOLUCIONÁRIO XXI (o artista)


Jacques Rancière

"É, a vida a jogar tudo ou nada.
E o, e o lema é andar mascarada...
Eu nem pensar. Nessa não caio eu.
Oh não!
Obrigada-a.

É, a dança a dançar tudo ou nada.
E o, se o lema é lançar a cilada...
Podem lançar, nessa não caio eu.
Oh não!
Obrigada-a.

Se é, se é boa ou má arte, boa ou má arte
tudo o que eu fiz? Não sei.
Se é boa ou má arte, boa ou má arte?
Tudo o que quis tentei." Adelaide Ferreira

KENDELL GEERS é Conservatório

Livre/o


The ethics of what we eat
Peter Singer/Jim Mason
ed. Rodale

Se és responsável por alguma coisa, lê este livro. Se não és responsável por nada mas deverias ser, lê este livro. Se não queres ser responsabilizado, lê este livro. Se não confias no mundo, lê este livro. Se achas que o teu dever é dominar, lê este livro. Se és intelectual, lê este livro. Se és de direita, lê este livro. Se és de esquerda, lê este livro. Se gostas dos 'g(r)eeks', lê este livro. Então se és g(r)eek, lê mesmo este livro. Se não queres comer, lê este livro. Se não sabes o que queres comer, lê este livro. E se queres comer, lê este livro. Se queres dyeta, lê este livro.
Faz parte do plano de leitura: The ethics of what we read.

Fat Itch


Artista: Vários
Álbum: Compilação da série O espelho dos Acácios
Ano:1978
Editora: MoviePlay

LADO A
1. Indicativo do programa
2. Frou Frou
3. Cançoneta do Abade Felício
4. Pobre borboleta
5. 1920
6. Feliz e Contente
LADO B
1. Na caparica
2. Galinha Galinha
3. Natalícias
4. Quem dá mais
5. Fio de Novelo
6. Temas hippies e folclóricos

Bom, eu sou foleiro... e este disco é terrível. Um disco armado em 'piadolas' (estilo Nico d'Obra dos anos 70), musicalmente pobre (excepto o toque muzak de Thilo Krasmann), e de ambição pouca. Exceptuando Frou Frou (um clássico da televisão nacional) e o Feliz e Contente (repescado de 1975 e ainda numa versã com Herman e Breyner, mas desta em ainda mais parvos), não posso deixar passar um Kalinka coverado de Galinha Galinha ou um Jingle Bells de Natalícias, nem deixar de apontar a última 'salada musical' Temas hippies e folclóricos onde até um "meninas vamos ao vira" é substituido por
"meninas vamos ao hippie
que o hippie é coisa boa
eu já vi dançar um hippie
com as meninas de lisboa".
Um disco a esquecer, a lamentar e a reter.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

WENDY CARLOS é Conservatório


Mais info: Aqui.

REVOLUCIONÁRIO XXI (o nostálgico)


Étienne Balibar
"I ask why did I come again?
Can I confess I've been hanging around your old address?
The years have proved to offer nothing since you moved
You're long gone
But I can't move on
And I miss you - like the deserts miss the rain" Everything but the girl

Vu


Filme: La graine et le mulet (O segredo de um cuscuz, e lá está, as versões dizem sempre mais que os originais!hihihi)
Local: (um) Monumental (pivete a merda)
Companhia: o pipocas sem pipocas
Género: Como bem me avisou o Ander, tem um bocadinho de tudo: de Dogma e de tableau vivant, de sexo e de comida verdadeira, de ficção e de documentário, de tragédia e de comédia, de política e de poética, e suspense suspense suspense suspense.
Estrelas: bem, o elenco é qualquer coisa. Mas qualquer coisa mesmo. São todos absolutamente maravilhosos porque reais e loucos.
Duração: O suspense é um género que me vai matando aos poucos. Duração mais do que certa porque sobrevivi.
Argumento: Dos melhores filmes que tenho visto nos últimos tempos. E quando isto acontece, há-que guardar o porquê; é que senão os inimigos roubam-nos as armas. E o filme, é isto (não estou a falar da narrativa, estou a falar do FILME). Ser-se revolucionário via bio-politica, eticamente (e o que é a ética senão parte da 'consciência de si' como consequência directa da experiência da consciência, que tem como outro lado da moeda a estética?). É que Não basta falar, Nem basta fazer. HÁ-QUE SABER.
Abdellatif Kechiche, ich liebe dich.

Fat Itch


Artista: Shila
Álbum: Doce de Shila + Lenga-lengas e segredos
Ano: 1977 + 1979
Editora: Lá Mi Ré + Sasseti

LADO A
1. Espectáculo + 1. Teresinha
2. Chula + 2. A gota da meadela
3. Doce de Chila + A bailarina
4. Mais um Filho + Pulga
5. Entre a flor e a enxada + A Valsa
LADO B
1. Rapa tira deixa põe + 1. Sempre foi assim
2. A parteira do mar + 2. Eu não tenho a certeza
3. Dança do amargar + 3. Ai eu quero
4. Rosie + 4. Cabecinha fria
5. Gente assim + 5. Todos me querem

Dois álbuns absolutamente singulares no flowerpower nacional. Pósmodernismo fabuloso de Fausto em Rosie e de Godinho em Pulga (auto-citação excessivamente bela: nos versos e nas linhas melódicas), dance hits como Mais um filho e Invejo logo existo, Parteira do mar à espera de uma versão da Kate Bush, composições de um Julio Pereira ainda incapaz (noutro post falarei dele) como A bailarina e Entre a flor e a enxada, , o curioso 'woodstockrock' de Rapa tira deixa põe, o Sempre foi assim que Sérgio Godinho refaz mais tarde em 1981 no 'Canto da Boca', uns covers charradotes de Espectáculo e do Teresinha do Chico Buarque, e os lindos lindos lindos Doce de Chila e Dança do Amargar. Estes dois últimos singles com os dois primeiros bastavam; são as minhas quatro canções preferidas.
Mas preferido mesmo, é a dedicatória feita no primeiro vinil ao seu grande amor:
Para cantar um dia connosco,
a Shila veio dos quatro cantos do mundo.
Dos cantos do Canadá,
onde os cantos que se cantam
se perdem nos cantos que não se encontram,
tanto é grande a terra
que lhes serviu de terra-mãe.
(etc...)
Assinado: Sérgio Godinho
Não sabia que ele também tocava violino.

A Augusto o que é de Augusto

Discordando das nossas leituras da French Theory (ou da Pop Theory), sobretudo as 'cometidas' em inglês (ao que respondi: - ... passar de mortos para vivos já é um grande salto!), ele sugere estas:
a) Du nouveau : Essai d'économie culturelle aqui
b) Politique de l'immortalité aqui
ambos de Boris Groys (e aqui a leitura em inglês e francês não é um problema, até porque é um Russo bilingue; o mesmo poderia ser dito do Slavoj, um Russo bilingue hihihihihi).
Assim sendo, também eu volto a sugerir estes livros dele sobre o Ilya Kabakov:
aqui
e
aqui.
Em termos de 'Teoria da Recepção', e embora não seja verdade que só leia a French Theory em Inglês, é incontornável que a leitura de certos autores vivos seja feita em Inglês. E passo a explicar:
1) em termos económicos ainda sai mais barato comprar livros em Inglês do que os 'originais' em Francês ou mesmo as traduções portuguesas, o que para leitores compulsivos como nós é um factor a ter em €onta.
2) o impacto destes autores é bastante maior nos países dos cultural studies (e obviamente estou a falar da Inglaterra e dos States) do que nos 'seus países de origem' (o retorno à direita de Sarkozy ou de Merkel tornam estes escritores 'esquerdistas' malditos). Por exemplo, há uns tempos o Zé Maria conheceu um programador Alemão e conversando com ele, numa tentativa de 'interculturalidade' (que não existe), tropeça no nome de Sloterdijk (esse deleuziano disfarçado de foucault). O tal produtor em reconhecimento patriótico responde que conhece perfeitamente, pois frequenta o mesmo ginásio. Moral: ler para quê, quando tudo vai bem no melhor dos Palácios de Cristal?
3) dado o tempo necessário para a sua tradução, muitos destes livros de autores da french theory na versão inglesa vêm 'recheados' de textos de outros autores (por exemplo, os livros do Rancière com textos inéditos do Zizek, ou de Badiou com introduções extensas do Feltham) e prefácios ou textos inéditos desses mesmos autores (quase todos os do Virilio, por exemplo, ou do Balibar). A maioria destes autores está traduzido já em português (do Brasil, obviamente) e em Espanhol (é o caso da Trilogia 'Esferas' do Sloterdijk). Mas as edições inglesas são sem dúvida as mais exaustivas e, por isso mesmo, as mais interessantes. (Para não falar da imagem/design, porque o objecto pode ser um meio que permita o evento badiou dixit, hihihih, uma farpazita).
4) por experiência própria, a amazon.com ou amazon. uk são muito mais eficazes que a ex-cooperativa trostkista Fnac tanto no tempo de entrega como na possibilidade de compra em alfarrabistas (é fácil comprar livros em segunda mão a 1/5 do preço através da amazon, embora tal como a floresta no brasil, cada vez haja menos livros disponíveis i.e. o consumismo aumenta, a necessidade de uma nova fé talvez).
Mas como não há quatro em cinco, aqui vai a quinta:
5) e citando Debord (que falava de citações e não do problema das linguas nesta era tão pouco faladora de francês): "Je devrais faire un assez grand emploi des citations. Jamais, je crois, pour donner de l'autorité à une quelconque démonstration; seulement pour faire sentir de quoi auront été tissés en profondeur cetter aventure, et moi-même. Les citations sont utile das les périodes d'ignorance ou de croyances obscurantistes. Les allusions, sans guillemets, à d'autres textes que l'ont sait très célèbres, comme onvoit dans la poésie classique chinoise, dans Shakespeare ou dans Lautréamont, doivent être réservées aux temps plus riches en têtes capables de reconnaître la phrase antérieure, et la distance qu'a introduite sa nouvelle application." Panégyrique 1, pág.1659, ed. Quarto/Gallimard
A French Theory não é perfeita (também não o ambiciona) mas é o melhor que existe.
O que me leva a este ponto:
Para quando um livro do Augusto? Lembrando-me da sua recente e muito importante recensão aos Mil Planaltos aqui (e para quem tenha dúvidas, o Augusto não é grande fã do Teatro Praga, pelo contrário, somos demasiado Euro-Trash meets old Euro-Philosophy) é importante que publique. É com certeza a nossa única ponte com a tal French Theory (aliás, muitos foram seus colegas hihihihi) que ainda vai mantendo um pouco de lucidez no meio disto tudo a que chamamos 'auge da era da globalização intercultural'.
Eu por mim comprava... em português.

Catástrofe, um incentivo

De um livro que o André emprestou:

P.VIRILIO (…) The great inventions are tragic, but we must not weep. We have to take them seriously. If you take them seriously, you fight. You don’t accept them as facts. You get inside of them, and you fight them. For the moment we’re not doing it. The Ancients did it. Whether they were philosophers, painters, architects, they fought against technology and they fashioned something else out of it.

S.LOTRINGER And things got better afterwards?

P.VIRILIO Obviously, despite their efforts, we’re not in the best of situations. The situations we’re in are still catastrophic, but life goes on.

S.LOTRINGER The same goes for art.

P.VIRILIO The same goes for art. We have never made advances except through catastrophes. The machine hasn’t changed a thing there. The internet, cars, shock absorbers, elevators, gliders, they haven’t changed anything. We advance from inside the horror of abomination. And we advance, because we bring it about, and we refute it. What worries me the most right now is that there is no anxiety about pollution. True, the ecologists have made us worry about nature, that’s their great contribution. But in other fields – Félix Guattari said as much – this ecological anxiety has not taken hold. There is no ecological anxiety about art. But there should be. I don’t see why ecology should be little birds, flowers, the smell of the atmosphere, etc. Ecology is everywhere. Painting is ecology, etc. Mores are ecology. Our relations vis-à-vis children is ecology, etc. It means that pollution, in the broad sense of the word, is moving through art.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Franck Pourcel

Check it all out.
Aqui.

Auto-biografia

"(...) embora a história seja muito semelhante, a economia libidinal subjacente é completamente diferente em cada um dos remakes subsquentes, como se a semelhança servisse o propósito de marcar a Diferença." S.Z.
"Vazio para quem não gosta, cheio para quem gosta." U.E.
Mais o voluntário (ou o involuntário) Aristotélico e está tudo dito.

MEGALOPSYCHIA

especialmente para o Ander.
p.s. (escutar em volume forte e embraced in hot).

REVOLUCIONÁRIO XXI (crente-speedado)


Paul Virilio

"I'm nervous/Nervous as the birds and bees
Nervous nervous/As a girl can be
And it doesn't make sense
It's a pleasure attack
It's too intense it makes no sense/And that is why I'm with you
You've got my river running wild/There's honey on my finger
Nervous when you turn me upside down
Nervous when you watch me move around
Nervous nervous nervous nervous" Nicolette

KIM JONG IL é Conservatório (e também Strange Fruit)

Fat Itch


Artistas: Vários
Álbum: Compilação da Telenovela Palavras Cruzadas
Ano: 1987
Editora: Polygram

Lado A

1. Elizabeth Sala Palavras Cruzadas (Genérico de Abertura)
2. Dina Em Segredo
3. António Pinho Vargas Jardim do Passeio Alegre
4. Kris Kopke Is it him
5. Rão Kyao Tróia
6. Tozé Brito Diz-me
Lado B
1. José Cid Tudo bem
2. Rão Kyao Canção da Manhã
3. Kris Kopke Lover
4. Tozé Brito Recepção
5. Da Vinci Momentos de Paixão
6. Palavras Cruzadas (Genérico Final)

Um disco easy-listening absolutamente fabuloso. Destaco, para além do dançável genérico (e dos mega-hit-dance Tróia e Canção da Manhã) e do muzak de António Pinho Vargas: as épicas baladas do grande mito Kris Kopke e um Tozé Brito semi-psicadélico em Diz-me, e uns Da Vinci em Rádio Macau meets publicidade da Olá.
Um disco esquecido nas prateleiras da Polygram. Uma raridade nacional a recuperar... já.

Disseram que eu voltei abrasilierado

É uma maravilha. Um guilty pleasure. Um love to hate. São um amor mal resolvido... mas eu assume vivid astro focus.

Aqui.
E aqui.
E aqui.
Enfim, é tudo maravilhoso.

terça-feira, 24 de junho de 2008

LEILA ARAB is MegaloPsychia


Mais info: 1.

ZZTop


Acabei de receber um exemplar do Lacrimae Rerum do Slavoj Zizek que está a ser editado pela Orfeu Negro (oferta da casa). Ainda não está à venda. O T.B.C. como mensageiro da editora também me ofereceu a Obscena (oferta da casa).
Sobre o livro: Já tinha lido os textos noutras edições, mas trata-se de uma óptima colecção de textos que cu$to$amente se encontram na amazon.com/uk. (A tradução é correcta e bela, sim, bela e fluída, mas peca por usar conceitos de 'outras filosofias'. Ai os espanhois que nos aiudam tão pouco!) Mas é um Zizek antigo. Não é o Zizek do Parallax View (e ponho o Violence de lado, porque isso é claramente um trabalho $ocial) nem do In defence of lost causes. Portanto, e bem sei que vai vender muito, dizia eu, portanto
a) quem vai ler este livro do zz sem o ter lido antes, não vai perceber nada
b) quem já o tinha lido antes, já tinha tido 'as ganas' de comprar estes livros.
Mas vai vender muito porque vale sempre a pena (intelectualmente) ler o homem que 'everybody loves to hate'.
Sobre a revista: Esta é uma pedrada no charco editorial. O expresso mais curto, o Y ?, o DNuhh; como o Frazão bem notou, páginas e páginas agendadas pela industria do entretenimento que ignoram as poucas cabeças sãs. Well, eu agora só quero ler a Volume (aqui) lançada pela Inrockuptibles, e a Wire e pouco mais. Voltando à obscena: nova capa, mais bonita (embora a foto seja a de um espectáculo que eu tanto odiei, não foi Clara! io eshetet kivanok), e recheada de pérolas. Começando num texto da Mónica Guerreiro que demonstra bem como ela sabe muito bem o que anda a fazer (Olga, queres a chave ou o dinheiro, a chave ou o dinheiro, a chave ou o dinheiro?) i.e. "Eu avisei-vos" Lenine, passando pela entrevista inexistente ao Ministro, uns "Vai ler!", zum-zum zum-zum, viro páginas, um Miguel Magalhães tam
bém lúcido, viro páginas (estou a fazer isto para poder postar), depois lá vem o tal espectáculo, mais uns anúncios ÓPTIMOS, os discos do Luis, a nostalgia da Eugénia (também eu tenho, em 90 vivia eu nos States onde já se editava o Slavoj, enfim, outros tempos...outros tempos), um texto da mala voadora que explica tudo, João Carneiro + Sophie Calle, Elisabete França ajuizando sobre o documentário teatral de Raquel Freire (não nos chegava já o Rasganço?), um conto do A.P.R., e de novo o Slavoj Zizek, volto ao Slavoj Zizek.
E para mim, ZZTop.

O meu fat itch já funciona


Escuto: PTR (Planning To Rock), Jonathan Meese, Bros e Cantos Tradicionais Russos. VIVA O VINYLE TRASHÉDIA.

Os produtores 'giros'

Brevemente - Strange Fruit

Vu


Filme: Happening (o Événement do Badiou: e pronto já está a somar um ponto)
Local: (l)UCI(fer) : e pronto já estou a subtrair dois pontos
Companhia: o medricas, o pipocas e a pipricas (nem subo nem desço a pontuação)
Género: "Costumo fazer filmes suspense/catástrofe com histórias de amor, mas agora decidi fazer uma história de amor com suspense/catástrofe i.e. basta filmar uma cena com uma velha parva, bonecas de porcelana, berraria e vento, e bombar acordes malucos com batidas Matmos". Pronto, menos uns pontos.
Estrelas*: a velha e a boneca.
Duração: Justa (mais menos uns pontos).
Argumento: Em jeito de ZZ. "This is a movie about fertilization. But let me take it a little bit further, isn't fertilization so much a question about temperature as a question about availability? Now, we have a name for that: Love. Isn't love the happening that makes woman exist (if only for some seconds) in order to be fertilized. We can take it a little bit further and state that one happening (love) has to exist in order for the other happening (the proper sex) to take shape. Can't we see in the wind (that travels all around the movie) the lamella, the phallic and stupid man in the film that picks the trees pollens, sending it all around; and can't we see the population stopping and consequent suicide as the beginning of the death-drive and its repetition as the responsibility of paternity? And, let me take it a little bit further, can't we read of the presence of the best friend's child some sort of object petit a that will develop into desire proper?!? Yes, we can see at the end that not only the wind leaves America, the foster parents also leave the child and commit happily to the unborn one. And we could have a name for that: 'Shy a maman?' or 'frigid? or 'fridge id?' " Adoro. 5 pontos.
Decisão: 0 + 1 - 2 (0) - 2 + - 2 + 5 = 0
*Por razões que ultrapassam o autor, esta categoria não servirá de pontuação.

REVOLUCIONÁRIO XXI (conquistador)


Paolo Virno
"I NO LONGER WANT TO BE A MAN./I WANT TO BE A HORSE./
MEN HAVE SMALL THOUGHTS./I NEED A TAIL.
GIVE ME A TAIL./TELL ME A TALE
OF THE CHILDREN THAT STOOD IN THE WAY
OF THE ENDLESS WINTER
OF THE WHITE WITCH WHO'S LONGING TO CRIPPLE IMPALE
I, I AM THE BOY.
SHE, SHE IS THE GIRL.
HE HE IS THE BEAR.
WE WE ARE THE ARMY YOU SEE THROUGH THE RED HAZE OF BLOOD
BLOOD BLOOD BLOOD BLOOD BLOOD BLOOD BLOOD
BLOOD BLOOD BLOOD" Liars

TENDER FOREVER is Conservatório

segunda-feira, 23 de junho de 2008

CHAMEM A POLICIA

O Manuel Rodrigues bem avisou: É preciso ter cuidado com a informação que se disponibiliza aos inimigos.
De entre os muitos e vários e constantes, o Zé roubou-me. Elas respondem-me com passwords, ele responde-me com passwords, os outros respondem-me com nomes, a outra tenta denunciar-me as fontes, houve já um que duvidava da autenticidade até de um qualquer 'olá' por mim proferido.
Já chega.
Chamem a bófia e a judite e os chuis.

Concurso Público

Eu sou, ou tento ser, contra as regras,
E estou sofrendo uma terrível imprecação!
Senhor, se concorrer a **isto**, me alegras?
Me levas pela vida de mão...
dada?!?
Ou não?
(Pausa)
Nada.
Sou naus'a
bundo;
Afundo...

Henrik Vibskov

Check it all out.
Aqui.
(Sugestão do José Luis Neves).

Vu

Vou voltar a opinar (em memória do Bosque que ardeu, e por sugestão do Ander!).

Filme: Forgetting Sarah Marshall título português Um belo par... de patins. O/A tradutor/a acobardou-se, como poderão compreender já de seguida. O que ele/a queria dizer era 'Um belo par.. de _ _ _ _ _ _ _'.
Local: (l)UCI(fer)
Companhia: Ander (a quem dedico isto) e Trashédia
Género: Género, tenho-uma-pila-grande-e-quero-ser-famoso-aos-
portantos-decidi-escrever-um-argumento-martelando-a-no-teclado-
e-aparecendo-nu-a-cada-oito-segundos-de-um-filme-de-duas-horas.-
É-suficiente-,-não-!-?-#-hello-!-:(-
Estrelas: para mim a estrela é um tal de Russell Brand a interpretar um cantor pop (mas por vezes nota-se demas que ele estava a fazer (paralelamente) a biografia cinematográfica (talbez para o baiógraphy chanel) do zé manel dos fingertips).
Duração: o filme: 2 horas sem pipocas, as quecas: 20 segundos sem pipoca.
Argumento: É mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau mau, trocas e baldrocas de amores, um homem compositor de acordes para séries americanas a lidar com a sua nostalgia hic et nunc, divisões/conotações/apreciações racistas (e estas são as partes boas), novos amores, ilhas encantadas, janados, muito vinho, cenas cool na praia ao contraste da disneylandia havaiana. A primeira hora passa bem, a segunda é mais dolorosa. Resumindo, é tudo demasiado longo (o filme também), são todos horrorosos e de má-capacidade-mimética, e é moralista; MAS TEM A MELHOR CENA DE teatro (em pequenino) ALGUMA VEZ FILMADA. Uma ópera-rock (que o protagonista vai compondo ao longo do filme) sobre o Drácula e interpretado por fantoches. UMA MARAVILHA.
Decisão: a não perder... a oportunidade de comprar as tais pipocas no próximo filme de _ _ _ _ _.

REVOLUCIONÁRIO XXI (informador)


Mike Davis
"I love your eyes, my dear/Their splendid sparkling fire
When suddenly you raise them so/To cast a swift embracing glance
Like lightning flashing in the sky" Bjork a partir de 'Stalker' do Tarkovsky

GENERAL IDEA is Turbo-Folk


Mais info: 1.

Bernhard Willhelm

Check it all out.
Aqui.

domingo, 22 de junho de 2008

HEY

A nossa Isabelle Schad.
Aqui.
Que saudades da minha 'tigre'.
Aqui.

ANT FARM is Turbo-Folk


Mais info aqui.: 1 2.

MegaloPsychia



Estou viciado nestes dois álbuns: Sexuality de Sebastien Tellier, e Soft Power de Gonzales.
Marcam já o inicio da emo era MegaloPsychia que está por vir (que destruirá definitivamente a angustiada e multicultural 'espera pelo Real' iniciada nos anos 90; não vai voltar, porque não se deixa fixar; é um monstro mutante.). No more. An end. Wagner dixit. Vamos acabar com arte do quotidiano (as coisinhas pequeninas lá de casa + as colecções). Vamos acabar com a parafísica. Vamos acabar com o jogo. Vamos acabar com a sorte. Vamos acabar com a anarquia. Vamos acabar com a exaustão e os criadores exaustos. Vamos acabar com o silêncio. Vamos acabar com o questões em torno do processo. Vamos acabar com o intertexto. Vamos acabar com a metonímia. Vamos acabar com as posições 'anti-narrativa'. Vamos POR FAVOR acabar com as 'petites histoires'. E com a 'differance'. Vamos acabar com a ironia. Vamos acabar com a indeterminação.
Megalopsychia ao Poder.

Para o Ander: CORY ARCANGEL (um supernova man)






Mais info aqui: 1 2.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Lingua Chona

Hihihihih. hahahaha. ó mulheri, vai buscari ali um cópito pá genti biberi. Um shoti. bunga bunga bunga. oinks oinks oinks. puncs puncs puncs puncs. Tens e pode? Adóro esta musica. É linnnnnnnnda de mórrer. Lé lé lé lé lé.... a tua rivista que eu vou brincari c'ó meu bezizek.
A lingua chona: está tudo aqui.

S.N. ou S/N?

Esta música é para a Paula S.N.
Não sei se a conhece.
Não sei se já lhe falei desta música.
Mas
Esta música é para a Paula S.N.
"Paula vem cá os teus olhos verdes/guarda-os na viola com quem vou partir/rugas a mais te percorrem quando/pões a memória no que está para vir
Sentas-te e à volta as laranjas abrem/portas que dão para a tua boca/e a vida é minha e a tristeza é tua/cantas comigo e a canção sai rouca
Trazes em ti mais do que eu te dei/Trazes em ti mais do que eu te dei/Paula até já/Paula até já
Paula vem cá os teus olhos verdes/guarda-os na viola com quem vou partir/rugas a mais te percorrem quando/pões a memória no que está para vir
Vais à janela estou em baixo a olhar/ergues a mão por cima do rosto/fazes de conta que não és daqui/ficas no corpo com o meu fogo posto
Trazes em ti mais do que eu te dei/Trazes em ti mais do que eu te dei/Paula até já/Paula até já"

If you wanna kill me I'll be here

Rua Professor Branco Rodrigues
Nº22 1º Esq.
1200-363 Lisboa
Portugal

O jantar vai ser óptimo. A companhia excelente. As imagens sublimes. O estacionamento fácil. A casa de baixo vai ser de morrer. Vou matar as saudades de um cigarro. E vou chegar atrasado. Por justa causa.

P.S. O Jaime já tem um dono (graças unica/exclusivamente à persistência do cão); um heil ao nosso Father of Modern Philosophy + miúda dos anos 90 em 2000 (ou dos anos 80 nos 90 dos anos 2000) pela preocupação.
Quanto ao resto, vão-se foder.
Heil.
Ou melhor, ainda não; é que tenho de arranjar uns donos para uns gatinhos bébés que a Joana Dilão encontrou. Portanto, e antes de vos mandar foder, se alguém souber de alguém que por acaso conhece alguém que tem alguém relacionado com alguém que já teve outro alguém dentro de si que alguém um dia levou e que tem, para além de alguém, uma necessidade de consolo impossível de satisfazer, ou melhor, só saciada na pela e através da presença de um fétiche/sintoma sob a forma de kitten, digam-me algo.
Senão, vão-se foder.
"I'd rather fuck who I want than kill who I'm told to".
By who, perguntas-me tu com esse sorriso de anaconda?
By them, respondo-te eu com este ar enigmático Heideggeriano?

REVOLUCIONÁRIO XXI (infiltra)


Ele faz parte da nossa selecção. Um agente undercover para qualquer 'homo faber aestheticus'. Por isso (brevemente) faremos campanha por/para ele.
Está tudo aqui.
Porque querer é Poder.
Heil Masters.

AUTO-PUB

E JÁ TEMOS TRAILER DO TURBO-FOLK.
AQUI AO LADO OU
AQUI.

"Todos os caminhos vão dar a ro" s "a"

REVOLUCIONÁRIO XXI (utilitarista)


Peter Singer

Se ele fosse um cantor, cantaria isto:
"I'd rather fuck who I want than kill who I'm told to
I'd rather fuck who I want than kill who I'm told to
I'd rather fuck who I want than kill who I'm told to
I'd rather fuck who I want than kill who I'm told to"
Peaches
E eu simplesmente, adoro-o.

Teosophia + Exercícios de teclado

Quero uma casa com jardim.
+
Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim. Quero uma casa com jardim.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Eropeu

Quarta na Reitoria

CONVERSA SOBRE DRAMATURGIA
Encontro com José Maria Vieira Mendes

18 de Junho 17h Salão Nobre, Reitoria da Universidade de Lisboa

Uma conversa com José Maria Vieira Mendes sobre dramaturgia, outros autores e sobre o lugar do texto no teatro de hoje. Um encontro para reflectir em conjunto e tentar responder a questões que surjam sobre estes assuntos. Solicita-se a leitura prévia de “Teatro e Literatura”, de Osório Mateus, e disponibilizam-se também, no acto da inscrição (em fotocópias), os seguintes textos de JMVM:

“O Avarento ou A última festa” / “Onde vamos morar” / “Aos peixes”

Inscrições até 18 de Junho 5 € por pessoa
Tel.: + 351 210 113 406 fatal@reitoria.ul.pt

Mais informações: http://fatalnosbastidores.blogs.sapo.pt

I am going to Tellye something else

E o Sebastien no Conservatório.
Aqui, claro?!?

sábado, 14 de junho de 2008

Mesdames et messieurs... Mr. Ocean

Sebastien Tellier“Sexuality”



Concerto inserido na segunda edição do “Afinidades”
14 de Junho, Sábado , 22h00, Grande Auditório.
Entrada: 10 euros M/3 - Duração 70 m

http://www.sebastientellier.com/

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Hoje em Guimarães

No Centro Cultural Vila Flor
Quinta-feira, 12 de Junho – 22h00
O Avarento ou A Última Festa
Grande Auditório - Preço: € 7,50/€ 5,00 c/desconto


(c) João Tuna / TNSJ / Teatro Praga

Texto José Maria Vieira Mendes, a partir de “O Avarento” (L’Avare, 1668), de Molière
Co-criação original de André e. Teodósio, Cláudia Jardim, José Maria Vieira Mendes, Marcello Urgeghe, Martim Pedroso, Patrícia da Silva, Paula Diogo, Pedro Penim, Rogério Nuno Costa, Romeu Runa e Sofia Ferrão
Interpretação André e. Teodósio, Cláudia Jardim, Marcello Urgeghe, Diogo Bento, Patrícia da Silva, Paula Diogo, Pedro Penim e Rogério Nuno Costa.
Desenho de luz Daniel Worm d’Assumpção
Direcção de produção Pedro Pires; Assistência de produção Joana Gusmão
Fotografias João Tuna; Registo videográfico André Godinho
Co-produção Teatro Praga / Teatro Nacional São João
Colaboração O Espaço do Tempo / CCB
"Foi a confusão conceptual, e não apenas as más intenções, quem mais contribuiu para o tumulto e a barbárie." Turbo-Folk dixit

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ó não!

Saiba porquê.
Aqui.

PUBLICIDADE

Encontros Obscena
HOJE, segunda-feira, dia 9, às 21h30
com artistas convidados, críticos e espectadores
- em parceria com a Livraria Trama -

O prometido é devido. Motivados pela vontade de continuar a estimular a reflexão e o debate sobre artes de palco, e com a cumplicidade da Livraria Trama, estendemos a nossa intervenção no espaço público com a organização de encontros regulares, abertos ao público, com a participação de artistas, críticos, investigadores e outros convidados. Serão conversas informais, com espaço para um café e com livros à volta, tendo por mote a actualidade da criação artística e sempre subordinadas a um tema que é apresentado na sessão anterior.
A partir de dia 9 de Junho - em que falaremos sobre o Festival Alkantara - e de três em três semanas, sempre à segunda-feira, pelas 21h30, na Trama, ali junto ao Largo do Rato. A próxima sessão acontece dia 30 de Junho.
Contamos com a presença de todos.
(A Livraria Trama fica na Rua São Francisco Nery, ao Largo do Rato, em Lisboa.)

p.s. meu (If you wanna kill me, I'll be here)

sábado, 7 de junho de 2008

Ideia para o Site

Exit

Ontem

Ontem dei uma aula na Academia Contemporânea do Espectáculo (aqui).
O Carlos Costa dos Visões Úteis (aqui) convidou-me.
Fui de costas.
Passados 15 minutos fiz chorar uma aluna.
Disse algumas coisas terríveis.
Aborreci-os de morte aka real, realidade, hegemonia, fantasia, simbólico, metáfora, metonímia, significado vs. significante, intentio operis, intentio lectoris, intentio auctoris, Flowers for Algernon, o A a Z do Teatro Praga, Hitler, jovem geração, F de Futuro, disse -Foda-se, e pedi desculpa com -Merda, desculpem!, desenhei 'falos' nos bonecos quando queria desenhar pés, e citei toda a French Theory.
Eles estão no 12º ano.
Definitivamente, ter aulas comigo é uma aventura (não sei é se é boa).
Tentaram assaltar-me na entrada do S. João enquanto falava ao telefone com a Patty (sou Avarento, não dei nada).
Voltei de costas. Ao som de Muse com sotaque.
E percebi que tudo teria sido melhor com o cão, ou com o Zé, ou com as duas molengas.
"It's my life
It's now or never
I ain't gonna live forever
I just want to live while I'm alive
(It's my life)
My heart is like an open highway
Like Frankie said
I did it my way
I just wanna live while I'm alive
It's my life"
Bon Jovi hihihihihihihihi

Depois não digam que eu não avisei

O João Carneiro escreveu uma crítica sobre o Conservatório no Expresso que, em oposição a outras, revela uma compreensão clara do espectáculo. E não estou a escrever este post pelo facto da crítica ser positiva; o Augusto Seabra também compreendeu claramente o espectáculo e no entanto não lhe agradou, pelo contrário, tem uma certa aversão às nossas 'figuras anti-democráticas'. Portanto, escrevo este post, somente em seguimento/contraste de/com este outro (aqui). Bem sei que também não agrada o Augusto o que por aí (ou aqui) se anda a fazer à crítica. Mas é que nesta dromologia, o primeiro a chegar mais rapidamente a uma resposta (e mesmo sabendo "qu'elle n'existe pas"), vence (e é dentro desta meritocracia que para mim surge a verdadeira democracia no sentido platónico). Se a arte possui já em si uma crítica ao que o Outro faz, então espera-se de um crítico que não faça arte uma elucidação total ou brutal das ferramentas disponíveis para a análise da arte e da cultura. (E esta disciplina quer queiramos quer não tem um nome: Teatro, na Europa; Cultural Studies, nos E.U.A.).
Para que fique claro, J.C. (e as iniciais parecem atingir uma tal redenção i.e. uma redenção que a minha geração está impedida de alcançar devido à sua própria mediocridade) não necessitou de recorrer aos livros do Sloterdijk (e assim fica claro que as referências são traços de fuga ou indicações Debordianas, e não 'imprecações' ao espectador); por não ser criador, aborda o que vê numa perspectiva arqueológica (no sentido foucaultiano da coisa) articulando a nossa História e a sua História (que afinal é a de todos); e não mente inventando "pois a mentira mais impiedosa, é a de inventar Histórias" Prometeu de Ésquilo dixit.
É esta articulação de saber que é o mínimo esperado numa crítica. E é isto que a minha geração Y (provavelmente o 'único' jornal que se vai quedar) nem sequer consegue atingir. E eu lamento, lamento profundamente. Neste culminar das nossas capacidades o nosso Bartleby em vez de dizer "I will prefer not to" passa a dizer "We don't have to". E eu respondo: "Depois não digam que eu não avisei."

quinta-feira, 5 de junho de 2008

MARCUS STEINWEG - BEHAUPTUNGSPHILOSOPHIE

“Tanto na filosofia como na arte não se trata de demonstrar ou opinar. Trata-se de tomar uma posição, de afirmar. A afirmação é distinta da demonstração ou da opinião na medida em que não precisa de ser verificada. Ultrapassa as modalidades do pensamento tradicional como a reflexão, a justificação, a crítica, a argumentação. Trata-se, enquanto sujeito, de alcançar uma verdade na incerteza e de dar a este alcance uma forma, linguagem. (p.9)

---

Quero aqui defender a relevância política da arte e da filosofia contra o sentido possível da arte política e da filosofia política. Quero mostrar que a arte política e a filosofia política, em lugar de serem políticas no sentido de uma política da liberdade, do impossível e do necessário, resultam antes na sua própria apolitização. A política não deve ser aquilo a que chamamos política. Não deve ser a afirmação de um interesse ou a defesa dele mas ser sim uma oposição contra a ordem da realidade sociopolítica e ideológico-cultural. Articula-se enquanto recusa absoluta do mundo dos factos e das opiniões que circulam em redor destes. É a política da verdade, de uma verdade que entra em conflito com as certezas estabelecidas, que faz gaguejar a voz das verdades oficiais e a silencia.

Quero mostrar que a arte e a filosofia só podem ter um significado político enquanto arte e filosofia. Não se trata nem de reduzir a arte e a filosofia ao campo sociopolítico em que se articulam, nem de determinar a tarefa da arte e da filosofia como sendo uma tarefa política. “Isso é a ilusão da esquerda das últimas décadas”, diz Heiner Müller, “dos intelectuais europeus ou dos literatos, a ilusão de que pode e deve existir uma comunidade de interesses na arte e na política. Não se pode controlar a arte. A arte consegue sempre fugir ao controlo. E por isso sempre foi […] quase automaticamente subversiva.” (pp.11-12)

-------

A verdade não é justificada pela filosofia e pela arte. A verdade só se deixa afirmar [behaupten]. A verdade não é justificável. A verdade acontece por si, quando o sujeito se distancia da ordem simbólica, da sua integridade sociocultural, bem como das fantasmagorias do imaginário. Há verdade no momento em que a filosofia e a arte se aproximam do impossível – a pura virtualidade, o real ou o caos – correndo o risco de ir para além do horizonte. A filosofia e a arte têm de afirmar esta aproximação, que é uma aproximação da verdade. Realizam este movimento e defendem-no. São formas de realização de verdades não pré-existentes. Não se pode tratar de encontrar verdades, de as descobrir, de as decifrar. Trata-se de as inventar: de produzir verdade! (p.15)

Flowers For Algernon aka Charly

Some people need Plato.
For me, Flowers for Algernon is enough.
The only book I really need in the world.

PUBLICIDADE

tiago guedes
coisas maravilhosas


culturgest duração 1h bilhetes 10 € / 5 €
quinta _ 5 junho 21h sexta _ 6 junho 21h
co-produção alkantara

quarta-feira, 4 de junho de 2008

*

1. André Teodósio
André Godinho

2. Se eu tivesse uma marca de champagne, chamar-se-ia FUCK YOU.

3. Livros para a Moniquette:
Flowers for Algernon - Daniel Keyes (Bantam Books)
The politics of aesthetics - Jacques Rancière (ed. Continuum)
Onde vais, drama-poesia? - Maria Gabriela Llansol (Relógio D'Água)
In defence of lost causes - Slavoj Zizek (Verso)
Noiva, Esposa e Mãe - Colecção Laura Santos (Moderna Editorial Lavores)

Doggy Style

Em relação ao Jaime e em relação a Bleib + Conclusão:

1. O Jaime foi encontrado à porta da minha casa. Cambaleava exausto, segundo a vizinhança já andava pela zona (Penha de França) há uns tempos e estava sedento e faminto. Está neste momento em recuperação numa clínica. Precisa de um dono. É grande e adulto mas é muito manso. Dá-se bem com todos os cães e com gatos. É muito querido e muito carinhoso para as crianças (numa das fotos está a passear com a filha da veterinária).
Será entregue desparasitado e com as vacinas em dia.
Peço a vossa ajuda, quando sair da clínica o Jaime terá de ir para uma instituição. Reenviem esta informação para os vossos contactos e pensem em amigos ou conhecidos que tenham possibilidade de o acolher para toda a vida.
André - 914391679

2. Bleib Opus #3 de Michel Schweizer (ver aqui) foi cancelado.
Michel escreveu uma carta justificando essa necessidade.
O legente cita:
"Há histórias que são escritas por várias pessoas. É o caso de BLEIB.

No palco: um filósofo, um psicanalista, um ex-combatente, 5 treinadores, 5 cães pastor belga, um bailarino, um intérprete, ....

«Que fazem eles juntos? Achas que querem fazer qualquer coisa juntos?» pergunta o psicanalista. «Talvez só queiram formar uma comunidade, muito simplesmente...» responde o filósofo.

Desde Novembro de 2005 que Michel Schweizer se empenha em reunir as condições necessárias para formar uma comunidade provisória improvável que só pode existir se houver um compromisso humano e profissional, individual e colectivo que ultrapasse os interesses e os desejos privados de cada um.

Em 2 de Junho de 2008 Michel Schweizer e a companhia La Coma vêem-se forçados a anular as representações inicialmente previstas de BLEIB opus#3 programadas para 5 e 6 de Junho de 2008, no âmbito do Alkantara Festival em Lisboa. Apesar de garantidos os requisitos logísticos, profissionais, técnicos e financeiros necessários para estas 2 representações, o que falta, hoje, é o essencial: a comunidade.

Os vícios privados prevaleceram sobre a virtude pública e a demissão ontem, Domingo 1 de Junho, de alguns membros da equipa BLEIB, obriga-nos a cancelar o espectáculo, uma conclusão inesperada de uma aventura artística, política e, acima de tudo, humana. " (o bold é meu.)

3. E aquela última frase do livro ainda a meio i.e. "Does, then, the ecological challenge not offer a unique chance to reinvent the 'eternal Idea' of egalitarian terror?", repete-se uma e outra vez.
Tento decorar o texto do Avarento, mas vou passear o Jaime. Tento decorar o texto do Avarento, mas venho enviar e-mails sobre o Jaime. Tento decorar texto e vou permanentemente telefonando a pessoas sobre o possível futuro do Jaime. E eis que surge uma nova frase: "Os vícios privados prevaleceram sobre a virtude pública e a demissão de alguns membros da comunidade-por-vir, obriga-me a cancelar o espectáculo, uma conclusão inesperada de uma aventura artística, política e, acima de tudo, humana. "
Isto não está a melhorar. Depois não digam que não avisei.
É que há um nome para isso.

terça-feira, 3 de junho de 2008

"It's pretty, but is it Art?"

.C.B.

Ela...
aturou-me quando me despedi a chorar e a tremelicar de nervos.
acreditou na metanoite desde que começou.
deixou-nos (ab)usar das maquinarias no teatrinho.
largava-se à aventura dando-me a mão.
adoptou a Maggie (recebeu o meu e-mail e houve um click).
Ela é a Cláudia Belchior.
E isto é uma declaração de amor.

"Have you cine it / Baby have you cine it"


Luzes no crepúsculo
Aki Kaurismäki
Atalanta/Fnac

No comments.
Mas devia vir com o "Palácio de Cristal", naqueles packs do livro + filme.