quinta-feira, 31 de julho de 2008

Com amigos assim, quem precisa de inimigos!

A partir de amanhã estarei numa cabana de madeira (sem electricidade, logo, água fria) a 1500 metros de altura nos Alpes (mas que sorte, vou estar rodeado por picos de 2,000 e 3,000 metros, portanto o meu nem é muito alto!).
Que bom:(.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Obras "Favourite things"

CHRISTOPHER WOOL
Cortesy of Miss Dove.

Supernova

#1 aqui.
#2 aqui.
#3 aqui.
#4 aqui.
(cortesy of Ander).

Depois de Super-Gorila
SUPERNOVA
Brevemente (serás obrigado/a a vê-la).
Um espectáculo de God + Teo.

Exercícios de teclado - grau 10

1: Tenho de escrever a puta do texto. 2: Tenho de escrever a puta do texto. 3: Tenho de escrever a puta do texto. 4: Tenho de escrever a puta do texto. 5: Tenho de escrever a puta do texto. 3: Tenho de escrever a puta do texto. 2: Tenho de escrever a puta do texto. 5: Tenho de escrever a puta do texto. 1: Tenho de escrever a puta do texto. 1: Tenho de escrever a puta do texto. 3: Tenho de escrever a puta do texto. 4: Tenho de escrever a puta do texto. 2: Tenho de escrever a puta do texto. 4: Tenho de escrever a puta do texto. 3: Tenho de escrever a puta do texto. 5: Tenho de escrever a puta do texto. 1: Tenho de escrever a puta do texto. 5: Tenho de escrever a puta do texto. 1: Tenho de escrever a puta do texto. 2: Tenho de escrever a puta do texto. 1: Tenho de escrever a puta do texto. 4: Tenho de escrever a puta do texto. 2: Tenho de escrever a puta do texto. 1: Tenho de escrever a puta do texto.

Obras "Favourite things"

SUPERAMAS

Teste


"It is beautiful but is it Art?" R.K.

Insulto, boicote e ameaça

Eles voltam sempre...
Os anónimos.
As mãos no cabelo.
Resistindo à mediocridade (mais que provada).
A frustração de se ser um número.
A ausência de fantasia i.e. de subjectividade.
Eles voltam sempre.
E eu adoro.
Porque adoro matar.

P.s. Continua a tentar. Eu não sou como os outros, e tu sabes isso.

terça-feira, 29 de julho de 2008

GREEK POSTCARD


photo: Vera Mantero

Debaixo do vulcão - O FIM

"Mas ali nada havia: nem cimos, nem vida, nem subidas. Nem aquele cume era afinal bem um cume; não possuía material, nem base firme. Além disso, o que quer que fosse que o sustentava começava a desintegrar-se, enquanto ele próprio ia caindo, caindo para dentro do vulcão; mas deve ter conseguido subi-lo antes, pois agora rugia-lhe aos ouvidos o som obcecante da lava; tratava-se de uma erupção terrível, só que não era o vulcão, era o próprio mundo que explodia, explodia, com negros jactos de aldeias catapultadas no espaço, com ele próprio a cair por entre tudo aquilo, por entre o pandemónio inconcebível de um milhão de tanques, por entre o imenso braseiro de dez milhões de corpos a arder, caindo, caindo, numa floresta…
De repente soltou um grito e foi como se esse grito fosse atirado de uma árvore para outra, no meio de ecos que se repetiam incessantemente, como se as próprias árvores se aproximassem umas das outras, num denso aglomerado, fechando-se piedosamente em torno dele, num movimento de compaixão.
E, depois dele, alguém atirou com um cão morto às profundidades do despenhadeiro. "
Fim

segunda-feira, 28 de julho de 2008

PUB

Corpo ilícito de Guillermo Gomez-Peña
30 de Julho - 21:30
Casa da América Latina em Lisboa


Na sequência da apresentação, em 2007, de Mapa Corpo, Guillermo Gómez-Peña regressa para, com Roberto Sifuentes, apresentarem na Casa da América Latina um ritual interactivo pondo-nos frente a frente com o corpo ilícito de Roberto Sifuentes. Hierático e xamanístico, Gómez-Peña empenha-se em convocar a acção dos espectadores.

Mais informação em: http://www.escritanapaisagem.net/

sábado, 26 de julho de 2008

untitled

So as the burgers were afraid to reach the "dragon's (which were in fact crocodiles) river" who (as the legend says) would kill a human being in a very short time, the dragons themselves (which were in fact crocodiles) developed some tics in defense (dry coughing, as if one day flames would emerge!) so that the villagers would not see them as fragile animals (which would certainly mean their green death in a very short time).
And as the writer didn't trust at all the truthfulness of 'tales of dragons', he kept writing about them (for the faith of others); and the readers, oh the readers, which weren't themselves sure of the author's dementia (and also of the other readers dementia) pursuited on passing mouth-to-mouth the 'leap of the real constantive of the authors latest bible' (whatever that meant).
And all this mess was atributted to the hand of God (which, by the way wasn't born yet). God was only born after the mess and yet, misteriously, it is true I am telling you, he is also the cause of it.
And we have a name for that.
DEAD LOCK.

musical equation

an indian crocodile

+ an indian tiger

+ an indian "new weird american" musician

+ a (indian?) pig lover

= an indian "peter singerian" musical

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Publicado sem autorização

O texto que se segue foi escrito pelo Zé para o programa do espectáculo Platónov em cena no T.N.S.J.
Tenho muito orgulho em ser seu amigo (embora neste momento me tenha tornado mais amigo do Dieter) e gosto muito deste texto (já o li nove vezes, e confesso que do programa do espectáculo também já li cerca de nove vezes a biografia dos storytailors).
i "love it" i "love it /when" you're "mad" peaches dixit not totally dixit

O Teatro de Platónov


O primeiro título de Platónov, aquele que existiu por momentos na correspondência de Tchékhov, era uma palavra composta que, segundo percebi, se traduziria como Os Sem Pai (“Bezotcovščina”, em russo, ou, em alemão, onde fui buscar a referência, “Die Vaterlosen”). Disto passou para Peça Sem Título usando-se hoje sobretudo o nome do protagonista para designar o texto.
Prefiro por agora Os Sem Pai porque me ajuda a conduzir a leitura para onde mais me interessa. E começo pela referência neste título ao romance de Turguéniev, Pais e Filhos (1862), que assim se faz mais explícita. Não podemos deixar de comparar Platónov a Bazarov (o estudante de medicina de Turguéniev), tal como não podemos deixar de ver na peça de Tchékhov as influências de uma ideia do niilismo que Turguéniev popularizou e que aqui serviram de ponto de partida para uma outra coisa, aquilo a que, mais uma vez por conveniência, chamaria de “negacionismo”. E uso esta palavra pensando numa passagem de Marcas de Baton de Greil Marcus, raro e saudável livro que este mês me passou pelas mãos, onde se junta os Situacionistas e os Sex Pistols, Guy Debord e Johnny Rotten: “a negação é o acto que torna evidente a toda a gente que o mundo não é o que parece”1. Mas também, pouco mais à frente: “o negacionista reconhece que, para os outros, o mundo é o que parece.” Palavras justas para, a meu ver, caracterizar Platónov.
Uma peça sem pais (e sem título, duas negações de alta patente) e uma personagem órfã, procuram um outro mundo, um outro modo de estar, tal como Tchékhov começava a procurar um outro teatro. E por isso nele vejo um dizer “não” como princípio de uma redefinição contida em perguntas como esta, proposta pelo protagonista a meio do Segundo Acto: “Porque é que não vivemos como podíamos viver?”
É isto que leio em Platónov (agora sim, posso regressar ao título desta tradução e produção portuguesas): a abertura, com um “não”, de um outro espaço. “Amanhã fujo daqui”, diz Platónov, “fujo de mim mesmo, sem saber para onde, fujo para uma nova vida! Eu sei o que será essa nova vida!” Um “não” afirmativo que possibilita um outro lugar. Ecoam as palavras de Slavoj Žižek sobre Bartleby (e quanto a mim Platónov está mais próximo de Bartleby do que de Bazarov): “Bartleby não nega um predicado; antes afirma um não-predicado: não diz que não o quer fazer; diz antes que prefere (quer) não o fazer. É assim que passamos da política da ‘resistência’ ou ‘protesto’, parasitária daquilo que nega, para uma política dum novo espaço fora da hegemonia e da sua negação”2.
Será este o heroísmo de Platónov? A tentativa de mudar o paradigma, de baralhar as convenções, de preferir não. Não já a alternativa dicotómica ou maniqueísta do príncipe da Dinamarca (“ser ou não ser”) mas um “terceiro termo”3 , espécie de suspensão onde entrevejo, num gesto de, admito, desproporcionada extrapolação e com um provável excesso de optimismo, um outro Teatro. Talvez Platónov esteja mais perto, por ser um “sem pai”, daquela “hora zero”, em que se pode cantar “No future for you”, hora sem nada à frente ou atrás. Talvez Platónov seja aquele que nos poderia fazer sair do espectáculo acompanhados por estas palavras de Raoul Vaneigem num livro (Traité du savoir-vivre à l'usage des jeunes générations) de uma outra geração, a dos meus pais:
“A representação acabou. O público levanta-se para sair. É tempo de vestir o casaco e ir para casa. Volta-se o olhar: já não existe casaco, já não existe casa”4 E, idealmente, gostaria de acrescentar, inspirado por Platónov: Já não existe Teatro.

José Maria Vieira Mendes

1. Greil Marcus, Marcas de Baton, Frenesim, Fim do Milénio, pp.14-15
2. Slavoj Žižek, The Parallax View, The Mit Press, 2006, p.381
3. Agamben, Bartleby – Escrita da Potência, Assírio & Alvim, 2008, p.32
4. Greil Marcus, Marcas de Baton, p.80

terça-feira, 22 de julho de 2008

J.P.

James Purdy
"Malcom"
p.s. don't tell anyone.

VU


Filme: Namban Japan
Local: Anfiteatro FCG - Por cima do metro, por baixo dos aviões, entre os patos e os autocarros.
Companhia: Amigos e brigada do reumático
Género: "Vanguarda-me aí um barril de petróleo" incognito dixit
Estrelas: Céu farto, teatro parco
Duração: 5 minutos cada filme. Curto para o do André, suficiente (-) para a maioria.
Argumento: Os meus amigos sabem que eu não sou grande fã de duas coisas: jazz e documentários. Em relação ao jazz pronunciar-me-ei quando julgar necessário; em relação ao segundo, chegou o momento.
A pouca paciência que tenho para o documentário deve-se a uma estabilização no formato nostálgico da coisa. Basicamente não tenho paciência para ver pontos de 'vu' de pessoas parvas que não tiveram paciência para viver/cometer 'erros' na sua altura/no seu tempo, e tão pouco pontos de 'vu' de pessoas fracas/débeis que não têm força de ir em frente. A nostalgia é um desses mecanismos totalizadores e ridiculos (sublimes, diria ZZtop) que não nos permite integrar o que sabemos já estar integrado. Como exemplo: ter nostalgia de 'um amado' é no fundo saber que já não o temos (ou no pior dos casos, que nunca o tivemos). E sobretudo o que não me agrada nada na lógica arquivista fin de siècle de registar todas as curiosidades etnológicas como história da história da história é:
1) pensar-se que vivemos no melhor dos tempos (e esta lógica que refiro é uma lógica dos anos 90, nem sequer é a dos 2000; mas quem está no poder mediático são ainda pessoas de ascenção rápida nos 90, auge de uma euforia estética inaudita).
2) o conteúdo validar o objecto (objecto que pode ser evento eventualmente i.e. como se essa tentativa pós-histórica de historizar rizomáticamente valesse pelo Acto de Realizar i.e. a Arte como todo). Os objectos artísticos não têm de ter nenhum valor social ou eficácia de ensinamento, ou produto que fortalece conhecimento, nisto discordo claramente de... well, todos os programadores?!?
3) que ainda por cima o conteúdo dos documentários seja tutelado invisivelmente pela questão da busca do Real. Algo que daria pano para mangas, e que deixo a cargo do Rogério e do Zizek.
Todos os documentários que eu vi no evento "Tão perto/Tão longe" (pelo que sei, alguns ficaram de fora) sofreram disto... excepto o Namban Japan de André Godinho. É teu amigo, dirão uns. Ao que eu respondo, e é por isso mesmo que é meu amigo. Se o que faz fosse uma merda, eu deixaria de lhe falar.
Posso mesmo dizer que por padecerem tanto destes mesmos sintomas, à excepção do Namban Japan não considero nenhum dos outros documentários Arte.
Uma cisão/brecha, uma potencial partage du sensible: é isto a Arte.
Por isso mesmo, às vozes que tchan tchan nomeavam o documentário da Margarida Cardoso como 'o tal' o 'number one' (aquele que mostrava uma grande seriedade na resposta dada ao convite, e maturidade na qualidade do que foi apresentado) eu só posso responder que ela padecia 3x mais destes sintomas. Pois sabe-se que estes sintomas não se mostram/revelam naquilo que se conhece/que conhecemos, mas no que se faz, no que se cumpre, na praxis, no que se comete. Neste sentido todo o seu metier está profundamente formatado por ditaduras invisíveis (só posso lamentar profundamente quem não consegue ver isto): os planos, o ritmo, o conteúdo (a historieta metafórica de proliferação/genealogia, o multicultural LOCAL escolhido, a dicotomia natureza brutal vs. humano-magnanime-que-
deseja-pujança-equivalente-à-da-ilha, o não questionamento do convite, o não questionamento da arte) etc e tal, enfim tanta coisa por onde pegar que é só ter vontade. O que custa mais é que "se repetem as asneiras" zé dixit, e os noventões e noventonas de vinte e de trinta e quarenta e sessenta anos de idade vão à boleia. Repetindo os percursos, as curvas e os destinos. Às vezes também o brand dos cigarros.
Voltando a Namban Japan e antes que me irrite mais e começa a barafustar com este vazio cibernético (acima de tudo, o tolo para quem estou a escrever sou eu mesmo, zztop dixit).
O documentário do André não é formalmente novo (isto seria um critério se fossemos modernos).
O documentário do André não nos revê numa historieta comum (isto seria um critério se fosses pós-modernos).
O documentário do André vê (isto é um critério contemporâneo).
Tal como o Flaherty via, tal como o Vigo via, tal como o Vertov via, tal como o Rouch via, tal como o Warhol ou o Morrissey viam, o André vê (já voltarei ao ver e ao pestanejar). Isto implica desejo (e não registo como fazem Moore e a Sic reportagem) e um tocar na tal fantasia que desaparecerá fulminando o bonding social i.e. que queimará as mãos i.e. impossibilitará pragmatismo na tal sociedade alienadamente activa. Estando consciente da sua mortalidade e das suas limitações o autor de Namban Japan não deixará de exercer a sua função de partagador du sensible.
Tudo começa por um convite: ele sabe que existem dois mecanismos de resposta. Ou responde 'naturalmente' com cinismo (respondendo como todos os outros participantes responderam): defendendo publicamente algo em que não acredita intimamente; ou responde 'pseudo-revolucionariamente' com ironia: troçando publicamente com algo que intimamente (muito no lá no fundo) acredita. Em jeito de 'negação da negação' eu diria que ele diz exactamente ao publico o que deseja acreditar/o que acredita no intimo. E nós temos um nome para isto. Ideologia. A sua materialização é a Estética. O seu intuito é a Megalopsychia. A vocalização na realidade do que se 'sofre' no intimo (o sofrer não é necessariamente de dor) pode ser também chamada de universalismo, ou de tendência universal, mas isso fica para outro dia.
Se todos os outros documentários funcionam como os 'gestos vazios' funcionam (significantes que possibilitam a ordem social), como exemplo é possível imaginar-mos a resposta de cada um dos realizadores à pergunta "O que queres dizer com este filme?":
Os cínicos responderiam que uma obra de arte fala por si.
Os irónicos responderiam com motivações sociais (igualdade, liberdade) e mea culpas (capitalismo, eurocentrismo).
com Namban Japan, a possibilidade de colocar esta pergunta não existe porque não existe essa Necessidade. Não existem dúvidas porque nem sequer somos achados na matéria. Namban Japan é ideologia pura e dura. O autor sabe que poderá morrer como Robespierre. A verdadeira arte é Beuys-paradigmática. Está ligada com a vida. São indissociáveis. É uma grande chatice. Enquanto uns levantam o chapéu às donzelas que passam inconscientemente em direcção a um precipíco que as engravidará levando-as a uma possível engorda, o André em jeito de Jeff Wall expõe-se ao ridiculo assumindo a função de stumbling block (não protege de uma eventual queda, pelo contrário, faz cair mais rapidamente na Real. Isto tudo para quem quer, claro está, os inconscientes param medrosos perante o muro. Ele não é assim tão demente para obrigar todos os mortais a cair de vez. Isso fica para 'Prometeu, o Pretencioso'). Tal como a arte, a Ideologia consome-se gratia sui. Não é para quem pode, é para quem quer. Não tem respostas, tem alternativas que levam a uma queda provável e eficaz. Mas de um mundo desideologizado nasceu o André (aliás, ambos nós). "E nós não temos medo" zé dixit, porque sabemos fazer amor (quanto a este ponto também voltarei).
Namban Japan reconhece o tempo como um todo contínuo (eu não sei quando foi filmado sabendo que foi filmado no seu próprio tempo) i.e. há um reconhecimento histórico no embate com o presente ou nos restícios do agora; Namban Japan existe (no sentido em que é verdade) num espaço de ficção realmente (ou o Real mente/de mentira e de mental) contínuo, logo, todos os multi e inter culturalismos deixam de ser sintomas e passam a ser, well, nada, vida vá lá, é isso, "é a vida, o que é que se há-de fazer? Viver." sg dixit; Namban Japan não pode ver mais num abrir e fechar de olhos do que lhe é possibilitado por esse mesmo abrir e fechar de olhos (formalmente isto é das coisas que me impressiona mais no trabalho do André, sentir o seu pestanejar calmo na cabeça em rotação; em cada abrir de olhos um detalhe novo, aproximado ou distante, noutro local ou no mesmo) i.e a grandiosidade do que lhe é grande e não a grandiosiade ditada pela fantasia social numa invisibilidade constrangedora.
Se em Riders havia um documentário decalcado da ópera (aí começa a primeira das fodas de Godinho), em Namban tudo começa com uma discussão. Mas como para o André nunca há discussões graves (nos grandes assuntos nada mais é achado na conversa do que a própria matéria, é esta a sua dialética negativa) nada é melhor do que foder para resolver o assunto. A erotização da arte é uma coisa muito bela, já dizia a Sontag nos anos 60. E assim Namban fode com Japan. Sem jeitinho. Em estilo bárbaro (se bárbaro significa vocalmente gaguejar, podemos dizer que visualmente significa pestanejar). E o amor resolve a sensação individual de se ser excluido nalguma coisa pelo outro, excluindo tudo o que o rodeia.
E depois vem o filho.
E depois vem a engorda.

Fat Itch


MIA
Paper planes (homeland security remixes)
XL recordings

LADO A
Paper planes (original)
Paper planes (DFA remix)
Paper planes (Afrikan boy & rye rye remix)
LADO B
Paper planes (diplo street mix ft. bun b & rich boy)
Paper planes (Scottie b remix)
Bamboo Banga

Uma música fantástica num disco fantástico com uma capa fantástica e umas batidas fantásticas e o mundo? O mundo é fantástico com cores fantásticas e está um calor fantástico não está? Hã? Não te consigo ouvir, bem esta bebida está fantástica, com que farão esta bebida, com um licor fantástico prá'i ou então o gelo, estes cubos de gelo com luzes são fantásticos! Great. Oh não, vem aì o afrikan boy e os seus dilemas cool de não integração. Apre. Deixa-me mudar de lado que é para ver se não me vê. Ah fantástico, este lado também é fantástico. Bem, vi umas calças verdes claras fantásticas e baratíssimas naquela loja...hmmm, como é que se chama aquela loja de roupa fantástica em frente aquela 'peluqueria' fantástica em Meimoa? Não sabes? Não te lembras!?&(#) Tu és fantástico, lol, absolutamente dazzingly fantástico. Agora não te lembras de nada, esqueces o que estava a passar e começa algo completamente diferente. Outra música também absolutamente fantástica mas que pertence a Outro disco. What a fuc King deal?!

Livre/o


Zizek and Theology
Adam Kotsko
Ed. T & T Clark (a continuum imprint)

Já li muitos livros sobre o Zizek. Desde as biografias literárias de Parker, Butler aos seguidores Belsey, Zupancic, Kacem, Chiesa etc e tal. Nenhum está tão perto que se torne afastado. De uma escrita singularmente simplificada e lúcida, este livro de Kotsko ultrapassa a perspicácia de Zizek ao escrever o livro "How to read Lacan", obra indicada por muita gente como um 'básico' zizekiano i.e. um how to read zizek. Para quem nunca leu nada do Zizek, este livro é um substituto de uma obra já imensa. Pena não ter lido este livro antes da entrevista. Bem sei que em geral ele nunca concorda (embora goste) com o que escrevem sobre ele (excepto o do Butler e os amigos do philosophical party ou o the 4th way). Porém este livro é diferente. Tem mãozinha de génio.... hmmmm, o Eric Santner. hiihihih

"Having rejected liberalism, but having yet to arrive at any positive political stance, Zizek spends his middle period in what I call a 'retreat into theory', developing in greater detail his theory of subjectivity and his often paradoxical ethical teachings."

P.S. Para quem o acusa de totalitário, Zizek é um tipo que defende a máxima de Winston: "a democracia é o pior de todos os sistemas com excepção de todos os outros". O que lhe interessa na procura da ideologia é a sua articulação com a perseguição individual de um desejo absolutamente minado por uma fantasia que atravessa 'inconscientemente' toda a pragmatismo ontológico. Para ele totalitária é também a 'negação da negaçã0' que se tornou tutelar via alienação na democracia não-realmente existente. A questão, parece-me, não é o totalitarismo, mas sim Que totalitarismo? Que universalismo? Que individuo?
E não, ele não é crente no sentido básico da coisa. Que coisa, perguntas tu? A coisa, respondo eu.

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AMELIA'S MAGAZINE
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Rua da Rosa 197

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Do You mean Catastrophe?





Originated by the French mathematician Rene Thom in the 1960s, catastrophe theory is a special branch of dynamical systems theory. It studies and classifies phenomena characterized by sudden shifts in behavior arising from small changes in circumstances.
Catastrophes are bifurcations between different equilibria, or fixed point attractors. Due to their restricted nature, catastrophes can be classified based on how many control parameters are being simulataneously varied. For example, if there are two controls, then one finds the most common type, called a "cusp" catastrophe. If, however, there are move than five controls, there is no classification.
Catastrophe theory has been applied to a number of different phenomena, such as the stability of ships at sea and their capsizing, bridge collapse, and, with some less convincing success, the fight-or-flight behavior of animals and prison riots.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Arms up

Desisto.
A Joana Barrios fica a cargo do myspace.
Eu fico com o resto (lembrei-me que tenho de escrever um outro texto, ai!)

Tentativa e Erro

Estou a tentar:
Formatar o nosso myspace.
Acabar de transcrever a entrevista ao ZZ.
Imaginar os próximos dois espectáculos.
Estar up-date musicalmente.
Fazer férias.
Salvar todos os animais.
Deixar as platonices.
Ler tudo o que tenho para ler.
Não gastar todo o meu dinheiro em vinis (principalmente o que já tenho em cd's).
E estou sempre a errar.

sábado, 12 de julho de 2008

Segunda Pausa

Entrevistador Qual é a sua relação com o espectador?
Escritor Qual relação?
Entrevistador Então… como vê o espectador?
Escritor Mal. Estou sem óculos. E com estes projectores ainda vejo pior. São sombras.
Entrevistador Misteriosas?
Escritor Não sei. São sombras. Estão escuras. Vejo contornos. Alguns. Não consigo ver caras. Não consigo ver o que estão a pensar. Não sei se me ouviram.
Entrevistador E interessa-lhe saber?
Escritor São sombras. Estão escuras. Vejo contornos. Alguns. Acho que não está ninguém de pé. Sim. Estão todos sentados como eu. Devem estar a olhar para mim mas não tenho a certeza. Não sei se me ouvem. São sombras.
Entrevistador Já experimentou aproximar-se?
Escritor Como assim?
Entrevistador Vir até aqui à frente. Cumprimentá-los.
Escritor São sombras. Eu não cumprimento sombras. Elas não me cumprimentam a mim.
Entrevistador Está um bocado pálido. Prefere mudar de assunto?
Escritor Acho que sim.
Entrevistador Quer escolher?
Escritor Estou sempre a escolher. Fui eu que escolhi. Fui eu que escolhi pedir-me a mim que escolhesse.
Outro Escreva-me uma peça.
Escritor Vou escrever um diário.
Querido Diário.
Vamos acabar com a arte do quotidiano, com as colecções lá de casa. Vamos acabar com a anarquia. Vamos acabar com o silêncio. Vamos acabar com o intertexto. Vamos acabar com as posições 'anti-narrativa'. Vamos POR FAVOR acabar com as historinhas que cabem no bolso. Vamos acabar com a ironia. Vamos acabar com a indeterminação. Querido Diário, estou tão farto. Quero ir trabalhar para a Fnac.
Diário Esquece.
Escritor Porquê?
Diário Não tens hipóteses.
Escritor Então o que é que posso fazer, querido Diário?
Diário Queres mesmo saber?
Escritor Sim, sim, diz!
Diário Escreve uma peça.
Escritor Outra?!
Diário Escreve uma peça.
Escritor Não!
Diário Pediste-me a opinião.
Escritor És um filho da puta igual a eles todos. Queres afundar-me na lama. Queres humilhar-me, cuspir-me em cima, eu procuro a diferença, a diferença, onde é que está a diferença?!
Diferença Aqui. Estou aqui.
Escritor Quem és tu?
Diferença Sou a Diferença. Chamaste?
Escritor Quero a vida! Onde é que está a vida?
Vida Aqui. Estou aqui.
Escritor És a vida?
Vida Prazer. Porque é que me chamaste?
Escritor Quero o silêncio!
Silêncio Presente.
Escritor Pró caralho!

Pausa

- Embora, rapazes
- Para onde?
- Lá para fora. Enfrentar as bestas. As baratas. Os elefantes. Chegou a nossa hora. Estou emocionado. Vou beber uma garrafa. De penalti.
(Pega numa garrafa vazia e começa a emborcar).
- Está vazia.
- Está?
- Não ligues, Sérgio. O Henrique está só a tentar irritar-te. Tu agora tens de te concentrar só no treino.
- Mas eu não quero escrever.
- Não estará na altura de falar de números?
- Números?
- Estatísticas. Percentagens. Não estará na altura, finalmente, de dizer a verdade? De limpar as palavras? De limpar as cabeças? A higiene mental. Lixívia. Limpeza. Ecologia. Lavagem. Estou tão embrenhado em tudo isto que as palavras não me saem. Chegou a hora e eu preciso de descansar. Isto é demais para mim. Estou a precisar de reproduzir. De fornicar. Onde é que está a vida? Onde é que está a dialéctica? Mãe!
- Personagem pessoa, pessoa personagem. Há que saber distinguir. Tens de saber distinguir entre a personagem e tu própria. Tu não és a personagem. Senão como é que consegues, como é que vais conseguir, não pode ser, tens de saber distinguir entre a personagem e tu própria, a personagem é uma coisa, a pessoa é outra. Percebes a diferença? Personagem. Pessoa. Personagem. Pessoa. Eu sei que é difícil mas tenta perceber a diferença.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

(p)

O blog tem estado em pausa.
Tanta coisa para fazer.
Férias quais férias!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Armagedon + TVI

- Pensa no que estás a fazer?! Ouviste! Pensa no que estás a fazer! Porque é que dás ouvidos a alguém que está a milhares de quilómetros de distância? Estamos aqui e ninguém lá em baixo pode ajudar-nos! Ninguém! Ninguém pode ajudar-nos! E se não fizermos este trabalho, toda a gente morre. Mas não consigo fazer isto sozinho. Preciso da tua ajuda.
- Juras pela tua vida e da tua família que vais conseguir?
- Juro por Deus.
- Então, vamos.
- Embora, rapazes.
Henrique Vai tu, Sérgio. Tu achas que dominas tudo. Não dominas nada. Olha bem à tua volta. Há coisas que te escapam. Há pessoas que te enganam.
Sérgio Mas estás a falar de quê?
Henrique Tu és tão esperto. Descobre sozinho.
Martim Não ligues, Sérgio. O Henrique está só a tentar irritar-te.
Henrique. Boa sorte. Vais precisar (Sai.)
Martim Esquece. Tu agora tens de te concentrar só no treino.
Sérgio Qual treino?
Martim Estamos a escrever história. Com agá grande. Com sangue.
Sérgio Mas eu não sei escrever.
Martim Isso ninguém sabe.
Sérgio Não sei se consigo, Martim. O Henrique deixou-me desarmado. Sinto-me… Sinto-me… Carolina! Carolina! Carooliiiiiina! Caroliiiiinaaa! (Afasta-se chamando por Carolina.) Caroliiiiinaaaaa!

SICILIA!

- Não há muita coisa para amolar nesta região?
Amolador Não muita coisa digna, não muita que valha a pena, não muita coisa que dê prazer
- Mas há-de amolar facas, há-de amolar tesouras.
Amolador Facas? Tesouras? Acha que ainda existem facas e tesouras neste mundo?
- Achava que sim. Não existem facas nem tesouras nesta região?
Amolador Nem nesta região nem noutras. Passo por muitos sítios, há quinze a vinte mil almas para quem amolo, mas nunca vejo facas nem tesouras.
- Mas o que é que lhe dão a amolar, se nunca lhe dão facas nem tesouras?
Amolador Isso é o que eu lhes pergunto sempre. Que me dá a amolar? Não me dá uma espada? Não me dá um canhão? E olho-os nos olhos, de frente, e vejo que aquilo que me dão nem merece o nome de prego. Dá prazer amolar uma lâmina de verdade. Se a lançamos, é um dardo, se a empunhamos, é um punhal. Ah, se todos tivessem sempre uma lâmina de verdade!
- Porquê? Acha que acontecia alguma coisa?
Amolador Oh! Eu teria prazer em amolar uma lâmina de verdade. (...) E amolava-as como dentes de víbora, unhas de leopardo! (...) Quem dera houvesse facas e tesouras, buris, chuços e arcabuzes, morteiros, foices e martelos, canhões, canhões, dinamite!... [Ah se os houvesse…]

sábado, 5 de julho de 2008

BIG IN JAPAN

Tão Perto/Tão Longe é um conjunto de 10 curtas metragens, encomendadas pela Gulbenkian a 10 realizadores:
Margarida Cardoso, Tiago Hespanha e André Godinho (Portugal); Zhang-Lu (China); Dan Oki (Croácia); Bruno Ulmer (França); Zoran Popovic (Sérvia); Roxana Pope (Irão); Vincent Maloi (África do Sul); Samba Felix Ndiaye (Senegal)

Namban Japan é o nome do filme que o André Godinho fez com a Teresa Amaral.
Passa hoje, dia 5 de Julho, às 22h, no anfiteatro ao ar livre dos jardins da Gulbenkian.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

MARKO MÄETAMM

Gosto mmmmmmmmmmuuuuuuuuuiiiiiiiiiiiiito do trabalho dele.

Mais info: aqui.

Eureka

Recebi aufklärung. Fui baptizado. Já tenho nome para ali.
Herpe's Bizaar.

ZZ Top

"Aesthetic performances can do a thing because today it’s not a time for answers. We are too much in shit."

Livre/o

Apesar de ter nascido dentro do que se pode considerar alta cultura (por exemplo enquanto o meu avô resolvia problemas quotidianos provocados pelo seu metro e noventa, o tio um pouco mais baixo ia escrevendo a letra do hino nacional, o primo ia compondo músicas para a televisão, a irmã ia cantando e escrevendo cartas à prima afastada Elizabete 2ª, cartas que a sua filha beatlemaniaca fez questão de queimar honrando a liberation, uma prima Renata italiana ia dando concertos por todo o lado, uma outra prima mais tresloucada Namora com um escritor-médico mais que medíocre i.e. não há nada como a raça Hurtado de Mendóça Scot da Beira Baixa, Monsanto consort, ramificada em Aldeia do Bispo e circa mid-last-century na tão jocosa Penamacor) sempre fui um pouco mais para o lado do burro. Duvidava da espectacularidade da ópera (apesar de gostar dos dourados do camarote), duvidava da eloquência teatral, da abstracção pictórica e do encadeamento mozartiano (embora gostasse muito da pastelaria Versailles, auge dessa cultura, onde ainda fui recebido com salva de prata e muitos bolos). Apesar desta nostalgia lobo-antuniana me fornecer petites morts constantes, o que eu gostava era de televisão. Toda a discografia de música clássica da minha juventude foi posta em causa pela televisão via Technotronic (a minha primeira K7 pop). Technotronic destronou Bruckner.
E eis que surge o problema, se é que é um problema! Ainda hoje prefiro os conteúdos televisivos aos não-conteúdos artísticos (aos conteúdos artísticos não prefiro, claro está.): incluo nos não-conteúdos artísticos muitas das recentes estreias teatrais (festivais incluidos) e notícias de despedimento + concursos televisivos, e 'estudos' editados.
Com a televisão nunca há garantias porque nunca há promessas, e isto para mim está já na ordem da conceptualidade (sim, a agenda capital faz parte do conceito).
Sejamos realistas e analisemos os 'realizadores'.

Politicotainment: television's take on the Real
Editado por Kristina Riegert (escrito por outros autores)
Ed.Peter Lang
"We do not intend to recount the scholarly and popular debates on the implications of the blurring of the boundaries between the public and private sphere or the effects of media commercialization on the public sphere. Suffice it to point out that despite the deep-seated anxieties about politics as spectacle and about the ways the media stereotypes, simplifies, and dramatizes political life, our starting point is that popular culture can be a forum for political activity, just as politics often borrows the language and formats of popular culture. This is because the latter, and in this case specifically entertainment television, articulates and directs emotions. Its use of images and symbols focuses experience and expresses ideas, and in this way, entertainment television can become a source of political thought and action."

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Para o Cão Solteiro: Muita Merda

Do 'nosso grande querido' VITALIC.

VOTEM NELE

ESTEJAM NO ZEITGEIST E VOTEM NELE.
760207004 (é barato 'e estamos a par do nosso tempo, acompanhamo-lo como ninguém, depois da tempestade, da euforia e da festa, estabelecemos um novo princípio' zé dixit).
D'aprés Lenine, depois não digam que não vos avisei.

P.s. Sim, é o irmão do Pedro.

REVOLUCIONÁRIO XXI (o 'contemporary-fairy-tale')


Mehdi Belhaj Kacem

"What I'm searching for, to tell it straight,
I'm trying to build a wall
Walking by myself /down avenues that reek of time to kill
If you see me keep going / be a pass by waver
Build me up, bring me down
just leave me out you name dropper
Stop trying to catch my eye
I see you good you forced faker
Just make it easy
You're my enemy you fast talker

Chorus:
I can say I hope it will be worth what I give up
If I could stand up mean for the things that I believe" Santogold

Razões para não gostar do Peter Stein

Em 1964 ainda o Peter Stein não nos tinha começado a dar as suas secas simbólicas e já a Carolee Schneeman procurava o Real.
ass: amet

EXIT

ZZ Top

Estou a transcrever uma conversa que tive com o ZZ (a convite de/a publicar na Revista Obscena). Mas entretanto vou roubando umas frases aqui e ali.


"Godard is terrible because he pratically ruined his... I was... I never really liked his films." ZZ Top

Demo

Se o hino do TurboFolk já era bom...
Em breve teremos musical.
DEMO será o seu nome.
Andres um dos seus compositores.
Zé um letrista.
E um grande elenco em...

DEMO
(brevemente perto de si)

Eu... por mim... a minha cabeça já canta.

PUBLICIDADE (e da especial)

STRANGE FRUIT
um espectáculo Cão Solteiro

Estreia hoje (entrada livre nos três primeiros dias)
Espaço : POÇO DOS NEGROS 120
Morada: Rua Poço dos Negros , nº 120

Horário: 22h de terça a domingo

Reservas de bilhetes: 96 01 747 98 das 15h às 22h


Mais info: Aqui ou Aqui.

PARABÉNS DIOGO

DVuD


Filme: Planet Terror
Resultado: Um gelado muito mau da Ben & Jerry's, dois sleepy heads. Lançado com 'Death Proof' do Tarantino (eu, tal como aos manos do Matrix, também nunca fui grande apreciador dos filmes do Tarantino, excepto Jackie Brown), esse filme próximo da genialidade, Planet Terror não soube encontrar o seu caminho. In between as Motoratasdemarte meets João Alves da Costa (tudo tratado com patine 70's) é mau mau mau mau todos os dias. Ainda por cima, inconscientemente (e ao contrário do que pensa), é uma ode ao neo-burguesismo tolo (pela narrativa e pelas 'técnicas adoptadas'). Podia estar lá, mas não está. Nem o filme, nem a merda do gelado Ben & Jerry's.

terça-feira, 1 de julho de 2008

REVOLUCIONÁRIA XXI (a evolucionária)


Donna Haraway

"Just a matter of time
And we got nothing to be guilty of
Our love will climb any mountain near or far, we are
And we never let it end
We are devotion
And we got nothing to be sorry for
Our love is one in a million
Eyes can see that we got a highway to the sky
I don't wanna hear your goodbye" Barbra Streisand

Vu


Filme: Speed Racer
Local: também cheguei com speed ao (l)UCI(fer). Afinal a sessão era 15 minutos mais tarde.
Companhia: the usual popcorn mais 4 espectadores (duas desistiram e uma fez intervalo)
Género: Quem-não-é-grande-fã-dos-Matrix-vai-evitar-ao-máximo e os chungas desistem após uma hora.
Estrelas: Susan Sarandon em Sloterdijk, Emile Hirsch em Virilio, John Goodman em Foucault, Christina Ricci em Deleuze, o macaco em Singer, enfim, está lá tudo.
Duração: 2h15m demasiado rápidos
Argumento: Confesso que nunca fui grande fã da metáfora in-your-face Matrixiana (apesar de ter enjoyado a espectacularidade digital dos filmes). Portanto, fui daqueles que sempre desprezou o trabalho da dupla de manos (sim, já tudo foi desmentido Ander, elEs ainda são manOs). Mas com Speed Racer tudo muda. É um fime com segundas intenções escondidas, um filme de 'nebulosas de imagens' agressivas (as tais que fazem com que os chungas desistam: até para estes o filme agressivo) i.e. explosões de ruido visual megalopsyquicas. É um filme sobre fazer cinema, um filme sobre política, um filme sobre arte, um filme sobre inter-relações humanas. Um filme muito complexo que não necessita de tanto desprezo (a tal prova de que os irmãos não são nada estúpidos). Por mim pode ser este o futuro. Uma saída do plano fixo (neste filme as cenas mais 60's), e a entrada num estado psico-trópico onde quem soube sabe. Speed Racer seria claramente mais compreendido numa galeria de arte. Mas para mim até no (l)UCI(fer) Speed Racer é um dos melhores filmes que eu alguma vez vi na vida. Speed Racer é Megalopsychia.

HANDYCAM é Conservatório