quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Badiou (cont) ou A Novela da Jardim
"5. A experiência temporal contém uma forte parte de risco. O teatro é sempre a complementação da ideia eterna por um risco um pouco governado. A encenação é frequentemente uma triagem pensada dos riscos. Seja porque estes riscos completam, com efeito, a ideia, seja porque eles a dissimulam. A arte do teatro reside numa escolha, simultaneamente muito instruída e cega (veja-se como trabalham os grandes encenadores), entre configurações cénicas arriscadas, que completam a ideia (eterna) pelo instante que lhe falta e outras configurações, por vezes muito sedutoras, mas que permanecem exteriores e agravam a incompletude da ideia. Impõe-se, então, dar crédito ao axioma: jamais uma representação de teatro abolirá o risco."