quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Badiou (cont) ou A Novela da Jardim
"6. Dentro do risco, é preciso incluir o público. Porque o público faz parte do que completa a ideia. Quem não sabe que, consoante o público é assim ou assim, o acto teatral produz ou não a ideia-teatro, complementando-a? Mas, se o público faz parte do risco, ele deve, quanto a ele, ser tão arriscado quanto possível. É preciso levantar-se contra toda a concepção de público, que nele veria uma comunidade, uma substância pública, um conjunto consistente. O público representa a humanidade na sua própria inconsistência, na sua variedade infinita. Quanto mais unificado for (socialmente, nacionalmente, civilmente...), menos útil será à complementação da ideia, menos sustentará, no tempo, a sua eternidade e a sua universalidade. Só vale um público genérico, um público de risco."