segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Badiou (cont)

1. Aqui.
2. Aqui.

"3. A vida indestrinçável é essencialmente duas coisas: o desejo que circula entre os sexos e as figuras, exaltadas ou mortíferas, do poder político e social. Foi a partir daí que teve, e tem sempre, lugar a tragédia e a comédia. A tragédia é o jogo do Grande Poder e dos impasses do desejo. A comédia é o jogo dos pequenos poderes, dos papéis do poder e da circulação fálica do desejo. A tragédia pensa, em suma, a experiência estatista do desejo. A comédia pensa a sua experiência familiar. Todo o género que se pretende intermédio trata a família como se ela fosse um Estado (Strindberg, Ibsen, Pirandello...), ou o Estado como se fosse uma família ou um casal (Claudel...). O teatro pensa, enfim, no espaço aberto entre a vida e a morte, a ligação entre o desejo e a política. E pensa-a sob a forma de acontecimento, isto é, de intriga ou de catástrofe."