C: Adensa-se a trama. E fica tramado. Apareceu um morto. E também um vivo. No meio dos insectos e por baixo dos cacaueiros, bambús e acácias. Está na altura de chamar o detective. Um polícia capaz de nos explicar a narrativa.
B: O meu nome é Bob e chamaram por mim. Algum crime?
C: Infelizmente temos a declarar um óbito, uma ressurreição, um final, um falso final e uma tragédia.
B: Estão identificados os perpe… perpre… preper… perpertra… perpetradores de tanto acto criminoso?
C: Sumiram-se. Há actos mas não há agentes.
B: Agente é da polícia. E eu também. Estou a ver que voltamos a ter um filme entre mãos. Como é que vamos resolver isto? Primeiro, definir prioridades. Quando não há vestígios, puxa-se pela imaginação. Fazem-se cálculos de probabilidades e tenta-se chegar aos nomes. Depois de encontrados os nomes, procura-se os corpos. E finalmente a localização dos mesmos nesta esfera armilar que é uma representação do mundo e da vida. Não nos podemos esquecer de quem somos, de onde vimos nem onde estamos. O contexto é crucial. Se há vida, ela é tanto eu como tudo o resto. A seta não se move só numa direcção. Eu por exemplo nunca quis ser polícia. Sempre quis ser ladrão.
A: Então és tu o perpe… perpre… preper… perpertra… o perpetrador?
B: Isso seria fácil de mais. E já nada é fácil. O facilitismo já era.