Horas depois de ter acabado o Marco Alemão tenho a dizer que me enganei.
O Discotheatre remixado pelos Medalha d´Ouro não era um concerto. Também não era uma exposição, nem um show de teatro e muito provavelmente não seria performance. Foi mais que isso. Foi o final de um encontro do qual ninguém saiu com uma palheta do baixista.
Não sinto qualquer necessidade de avaliar artisticamente qualquer uma das actividades do dia que passou, não só porque não tenho competências para isso, mas porque o artístico já está no ADN da maioria dos participantes.
Entenda-se que não pretendo dizer que todas as pessoas que participaram no Marco Alemão são portadoras de um talento inato e muito espectacular. Está-lhes no ADN porque ontem ninguém teve de se preocupar com artes ou meias artes, cenas ou meias cenas. Foi um encontro, mas sobretudo uma celebração do que cada um já é. Não houve espaços para touradas nem picarias. Aqui os senhores e as senhoras trataram-se todos por tu. Coincidência ou não, no dia em que houve uma das maiores manifestações apartidárias em Portugal, no Goethe-Institut desde os miúdos de cinco anos que já dominavam perfeitamente duas línguas até à recepcionista do Institut que passou o dia a ver vestidos da Angelina Jolie num site feminino, todos viram e mostraram de uma forma muito honesta e despretensiosa.
Se as relações políticas entre os dois países são uma merda, aqui o encontro foi muito mais pacífico, co-sensual e honesto.
PS.: Quanto ao Vogue Fashion´s Night Out, a comparação que posso fazer é que nos dois eventos eu fui o mais charmoso.
Até um dia destes,
rodrigo