terça-feira, 10 de janeiro de 2006

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Coisa mais querida do mundo inteiro, asneiras este não gosta nada nada nada, mas de diálogo sim. Vamos, diz:

"virgínia vigo said...
curioso o teatro praga não defender uma das pessoas que mais trabalho deu aos actores nos últimos anos. curioso o teatro praga não ter nunca ouvido a opinião do carlos fragateiro sobre a incerteza de alguma das suas produções - e sobre o génio presente em algumas delas - leia-se incerteza tal como dizia joão fiadeiro - "vamos experimentar a ver se o público sai todo ou não antes de acabar o espectáculo" - sim alguns dos vossos esp. provocam essa inecerteza. mas sim isso é orgasmico para os mais esclarecidos, disso não tenho dúvidas seus egoístas de merda, alguns tão talentosos que aos 24 anos já não precisam conhecer mais nada nem ler mais ninguém. já agora o que foi o neo-realismo...sabem...e o surrealismo no teatro...e o impressionismo... e tcheckov de uqe movimento foi...tantas perguntas... e vocês...são o quê,,,não falem antes de saber o que se vai fazer...eu não sei mas pelo menos tenho curiosidade em saber se vou ficar até ao fim.
9/1/06 22:29 "

acrescento às 4 da manhã
Respostas (em verde cor de esperança):
(As suas perguntas são fáceis, pelo que a maioria de nós somos licenciados.)

Neo-Realismo- É digamos, um silogismo que se aplica às artes e que herda de alguma forma a ideia de "realidade como imagem" derivada de um nihilismo (palavra usada pela primeira vez, se não me falha a memória, por Turguniev, autor que já representámos) que contesta o românticismo histórico como padrão regulador e definidor burguês. A sua categoria imediata poderia ser: 1- a invisibilidade do ponto de vista do autor sobre a realidade, respeitando ao máximo a percepção comum do mundo; 2-um mundo velho sem reparo, procurado e recuperado de um modo novo. 3- A utilização de uma linguagem quotidiana, minimização espacial etc. Grande verve nos Estados Unidos da América, muita escrita neo-realista: (a ler, dos que gosto mais) Edward Albee (antigo) ou Sam Sheppard (dos novos).

Surrealismo no teatro- Bom, até há pouco tempo realmente achei que poderia ter sido despoletado pelo dadaísmo, via marinetti manifesto. Mas li nos entretantos, que André Breton num manifesto seu, contestou contra a possibilidade de tal junção. Que devido a uma necessária concretização dramatúrgica (fragmentária ou não), e devido a uma classe 'esclorosada' o surrealismo seria impedido de cumprir a sua plenitude de não-arte total. Ora bem, aí entra o nosso tão caro Artaud que aparece na 'cena' a confirmar os seus desejos de prosseguir a intenção dadaísta (não no tipo de linguagem, mas mais na não coerência da história e/ou da sua continuidade). Como ele, vem um Apollinaire e um Vitrac. A história é demasiado fácil. Alguém se auto-denomina algo (que pode ser qualquer coisa dentro dessa intenção) depois desse algo ter sido abortado anteriormente por outro alguém. Há muita coisa editada em português. 'As maminhas de Tirésias' é um texto fundamental para se compreender o que estou a dizer quanto a uma abertura literária pela parte do denominado movimento surrealismo (no dos autores de teatro, estamos nós a falar, portanto, e de acordo com Breton, os falsos surrealistas). O que diriam eles do nosso Cesariny? Too late, never late.

Impressionismo - Todo um tipo de textos que tende a ter como objectivo a reacção e atenção do público, através de uma catarse (normalmente amoralista e indefenida). Apesar de parecer estranho para qualquer académico, o impressionismo está muito latente nos textos de carácter naturalista (Ibsen, Strinberg etc.) Matéria um pouco polémica, que deve ser administrada com calma, e sempre com Dr. Duarte Ivo Cruz por perto (se não souber quem é, também não perde nada). Já agora, esta pergunta, é das mais académicas já vistas: 1º ano de Conservatório (pausa, e bebe copo de água): -... e de uma vez por todas (lembrando o colega Osório Mateus), as categorias nas artes não são equivalentes, nem históricamente nem em valores. No século xix e xx existem muitos movimentos no teatro que não existem nas letras nem nas artes visuais nem na música, e vice-versa e vice-versa, e movimentos que têm importância nuns e noutros são meras quezílias semióticas e blá blá blá.

Tchekov - Bom, confesso que desta é que não estava mesmo à espera. (Tchekov de que movimento foi?) Ora de que movimento foi tchekov, é dificil, não sabia que tinha pertencido a um movimento, mas bom, ora portanto, li à pouco tempo que entrou num espectáculo da Mónica Calle... o movimento, pois... ora se tivesse que dizer... e acho que vou assim adivinhar.. o movimento a que tchekov pertenceu..... pois....foi...... o ????????......apartheid? (é favor corrigir se estiver errado, mas tenho para mim que tchekov só poder ter sido deste movimento)

(Para mais dúvidas, consulte sempre htt://teatropraga.blogspot.com, nomeadamente, Prf. Dr. André da Fonseca Hurtado de Mendonça Escoto de Taborda Ayalla Teodósio)