Exercício Final do Curso de Iniciação Teatral do CITAC
Dias: 29 e 30 de Março / 2, 3, 4, 5, 10 e 11 de Abril às 21:30
No Teatro Estúdio do CITAC, Associação Académica de Coimbra
Marcações: 967437098
White & Black Blues
Se algum jornalista cultural me viesse fazer aquela pergunta medíocre, “Que sentido faz fazer O Avarento de Molière nos dias de hoje?”, eu responderia de forma igualmente medíocre: “Toda!”
Mas só o faria porque estou a fazê-lo no CITAC. E as coincidências que advém desse facto são demasiadas para poder passar por cima delas.
Tal como Elisa e Cleanto sofrem uma “severa economia” às mãos do progenitor e protagonista Harpagão, que substitui a família pela propriedade como objecto do seu afecto, também esta turma deste Curso de Iniciação Teatral do CITAC sofre as consequências de ser a primeira depois das “faustosas” comemorações dos 50 anos desta instituição. Consequências essas que vão muito além das económicas, mas que, sobretudo, impõem a este exercício, e a este momento que vivem os 15 futuros novos “Citaquianos”, a questão da Pós-História.
Este é o grupo fora do livro comemorativo e portanto fora da História.
Assim, é também fora da narrativa de Molière que se encontra este exercício.
Como sinal de reacção contra a velha ordem e o poder paternal (que vai para além do seu significado primordial e familiar), tal e qual como duas referências mais que presentes aqui: Johny Rotten dos The Sex Pistols a uivar God Save The Queen, ou Laura Palmer, assassinada pelo próprio pai, emergindo morta das águas, para fazer justiça.
É definitivamente fora da “Caixa Preta” que sempre estivemos.
Tudo que está neste espectáculo/exercício vem dos novos “Citaquianos” e das suas sugestões, do seu despudor em atacar o texto (e atacar é herança do Johny Rotten também), dos comentários que foram fazendo, das conversas que fomos tendo…
O que está aqui são as impressões digitais destas 15 pessoas (+ eu) sobre o texto de Molière. Umas dedadas brancas muito sujas, reactivas, inconsequentes e anacrónicas.
Ainda assim, e apesar de toda esta “sujidade performática”, acredito piamente que o seu título (O Avarento de Molière), mais do que justo, é seguramente literal. Aqui rói-se até ao tutano qualquer ideia unidimensional de personagens, respeito ao autor, carpintaria teatral ou coerência narrativa… Tal como não conhecemos a totalidade da vida, desconhecemos a totalidade de “todo O Avarento” ou de “todo o Molière”.
E para mim, o Teatro é assim mesmo, um “monstro mutante” esfomeado, ao mesmo tempo vítima e verdugo da “severa economia” por um lado, e da “incompreensível ressaca” por outro.
Pedro Penim, 26 de Março de 2007
A intriga:
Valério, jovem separado da família, após certas perturbações sociais, salvou Elisa do perigo de morrer afogada. Apaixonado pela jovem, resolve vir colocar-se como mordomo do pai desta, Harpagão, que quer casar sua filha com outro homem. Cleanto, irmão de Elisa, ama Mariana, que por sua vez circula entre pai e filho.
É sobre este fundo de intriga amorosa que nós vemos a projecção desse vício medonho: a avareza.
Ficha Técnica e Artística
Direcção Geral: Pedro Penim
Texto: Molière / CITAC 07 / Pedro Penim
Intérpretes: Ana Linda / Cheila / Dana Rodriguez / Filipa Rafael / Gil Mac / José Carlos Pereira / Li / Magui / Männ / Maria Inês Cruz / Pedro Fernandes / Su / Talita / Tessa / Zéquinha
Produção: CITAC 07
Produção Executiva: Ana Aidos
Desenho de Luz: Alexandre Mestre / Pedro Penim
Se algum jornalista cultural me viesse fazer aquela pergunta medíocre, “Que sentido faz fazer O Avarento de Molière nos dias de hoje?”, eu responderia de forma igualmente medíocre: “Toda!”
Mas só o faria porque estou a fazê-lo no CITAC. E as coincidências que advém desse facto são demasiadas para poder passar por cima delas.
Tal como Elisa e Cleanto sofrem uma “severa economia” às mãos do progenitor e protagonista Harpagão, que substitui a família pela propriedade como objecto do seu afecto, também esta turma deste Curso de Iniciação Teatral do CITAC sofre as consequências de ser a primeira depois das “faustosas” comemorações dos 50 anos desta instituição. Consequências essas que vão muito além das económicas, mas que, sobretudo, impõem a este exercício, e a este momento que vivem os 15 futuros novos “Citaquianos”, a questão da Pós-História.
Este é o grupo fora do livro comemorativo e portanto fora da História.
Assim, é também fora da narrativa de Molière que se encontra este exercício.
Como sinal de reacção contra a velha ordem e o poder paternal (que vai para além do seu significado primordial e familiar), tal e qual como duas referências mais que presentes aqui: Johny Rotten dos The Sex Pistols a uivar God Save The Queen, ou Laura Palmer, assassinada pelo próprio pai, emergindo morta das águas, para fazer justiça.
É definitivamente fora da “Caixa Preta” que sempre estivemos.
Tudo que está neste espectáculo/exercício vem dos novos “Citaquianos” e das suas sugestões, do seu despudor em atacar o texto (e atacar é herança do Johny Rotten também), dos comentários que foram fazendo, das conversas que fomos tendo…
O que está aqui são as impressões digitais destas 15 pessoas (+ eu) sobre o texto de Molière. Umas dedadas brancas muito sujas, reactivas, inconsequentes e anacrónicas.
Ainda assim, e apesar de toda esta “sujidade performática”, acredito piamente que o seu título (O Avarento de Molière), mais do que justo, é seguramente literal. Aqui rói-se até ao tutano qualquer ideia unidimensional de personagens, respeito ao autor, carpintaria teatral ou coerência narrativa… Tal como não conhecemos a totalidade da vida, desconhecemos a totalidade de “todo O Avarento” ou de “todo o Molière”.
E para mim, o Teatro é assim mesmo, um “monstro mutante” esfomeado, ao mesmo tempo vítima e verdugo da “severa economia” por um lado, e da “incompreensível ressaca” por outro.
Pedro Penim, 26 de Março de 2007
A intriga:
Valério, jovem separado da família, após certas perturbações sociais, salvou Elisa do perigo de morrer afogada. Apaixonado pela jovem, resolve vir colocar-se como mordomo do pai desta, Harpagão, que quer casar sua filha com outro homem. Cleanto, irmão de Elisa, ama Mariana, que por sua vez circula entre pai e filho.
É sobre este fundo de intriga amorosa que nós vemos a projecção desse vício medonho: a avareza.
Ficha Técnica e Artística
Direcção Geral: Pedro Penim
Texto: Molière / CITAC 07 / Pedro Penim
Intérpretes: Ana Linda / Cheila / Dana Rodriguez / Filipa Rafael / Gil Mac / José Carlos Pereira / Li / Magui / Männ / Maria Inês Cruz / Pedro Fernandes / Su / Talita / Tessa / Zéquinha
Produção: CITAC 07
Produção Executiva: Ana Aidos
Desenho de Luz: Alexandre Mestre / Pedro Penim
Design Gráfico: Gil MAC
Design: Inês Cruz
Operação de Luz: Alexandre Mestre / Ana Aidos
Operação de Som: Pedro Penim / Diana Meliciado
Operação de Luz: Alexandre Mestre / Ana Aidos
Operação de Som: Pedro Penim / Diana Meliciado
Agradecimentos: Dirty Pig / Funerária São Sebastião / Alexandre Mestre / Diana Meliciado / Luís Carvalho / Alberto Fernandes / Gustavo Pereirinha / A Escola da Noite / Teatro Praga / Máfia / ACERT / GEFAC / TEUC / Capitão / Ruy Malheiro / Patrícia Frade / Daniela Seixas / Joana Abelho / Nelson / Isabel Festas / Tiago Pereira / João Salavessa / deus / Molière / a todos os formadores / Pais e Filhos…