segunda-feira, 10 de março de 2008

A verdade é estruturada ficcionalmente

Sim, é verdade, numa das vezes que me vendi fiz uma merda de um filme chamado Mouth to Mouth onde entrava uma rapariga de nome Ellen Page.
Já a tinha esquecido, recalcado.
A simpática-liliputiana-de-comportamentos-automáticos-
e-inteligência-pouca.
Agora ele e ela e ele e ela e ela e ele e todos passam os dias a lembrar-me ahhhh olha a tipa.
Fuck you. Já percebi a piada. You have got your point.
E by the way, a mega-star de Juno é a prova verdadeira de que a ficção é perigosa como hegemonia totalitária.
Por isso mesmo não basta ser do contra. O contra existe como surplus da norma.
O contra tem de estar dentro.
A dúvida que nos resta em relação a Ellen Page (uma vez visto que elle n'existe pas) é se ela é um sintoma ou um fetiche?!?
Eu agora já sei a resposta (agora que ela fantasmaticamente regressou), mas e os outros sabem?
É um pouco como a anedota do louco que julgava ser um grão de milho.
"Depois de passar algum tempo num hospital psiquiátrico, ficou finalmente curado: ele já sabia que não era um grão mas um homem. Portanto deram-lhe alta; mas passado algum tempo ele voltou, a dizer 'Encontrei uma galinha e tive medo que me comesse'. Os médicos tentaram acalmá-lo: 'Mas tem medo de quê? Então não sabe já que é um homem e não um grão.' O louco respondeu: 'Sim, eu sei, mas será que a galinha sabe?'"
ACREDITAR NÃO É INTIMO, É SOCIAL.
E turbofolk não é nada disto, turbofolk é queimar respostas de concursos.