domingo, 1 de março de 2009
Qualquer coincidência com o real-por-vir é pura semelhança
Acabei de ouvir este musical num vinil bem bonito que comprei ontem na Louie Louie pela módica quantia de cinco euros.
A música é qualquer coisa: vai da chansonette francesa (porque segundo a história, alguém no antigo egipto tinha sotaque francês!!!!!) ao pseudo-reggae UB40, passando pelos coros angelicais e os hard-core beats Beatles.
A alegoria também é qualquer coisa: Joseph recusa backgrounds sistémicos porque quando recebeu um casaco colorido passou a 'sonhar/prever' possíveis ?novos? futuros. Figura religiosa por excelência, ele deveria também ser considerado o padroeiro do teatro-neo-modernista-por-vir, e também Joseph aka Platão aka Ranciére aka Shrink.
As letras são pura obra divina. As rimas, as interjeições, as elipses, o domínio de sotaques, a estrutura 'compensatória' (aquele compensa este que compensa aquele que compensa este), a capacidade de organização, a contenção planeada de custos (actores que 'dobram personagens', como diz a gíria feia teatral), as rimas esforçadas, as rimas relaxadas, TUDO.
Qualquer semelhança com o musical-por-vir é pura coincidência.
Mas também qualquer coincidência com o musical-por-vir é pura semelhança!