domingo, 4 de novembro de 2012

BERLIM DIÁRIO (fechar fronteiras) 3


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Há um mês atrás fechei um diário. Era um diário de uma estadia numa montanha. Não importa agora. Importa que parece que o género se quer impor. Como se fosse de momento o mais certo. Como se o dia abarcasse todo o tempo. A permanência do presente. A insistência. A repetição. Sem causalidade. E a adequação deste tempo às descrições do mundo. De um mundo pequeno. Talvez seja isso. Querer encontrar os limites do mundo. E para isso reduzi-lo, compartimentá-lo. Para que o volume caiba na caixa que tenho na mão. 

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Escrever uma tempestade. Escrever outra tempestade. Escrever outra tempestade. E mais uma tempestade. É como um diário. Escrever tempestades sucessivas. Escrever dias sucessivos. É sempre o mesmo dia. É sempre a mesma tempestade. É sempre o mesmo texto. 

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