quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
My List
Actriz do ano: Luz da Câmara (Juanita Castro)
Actor do ano: Álvaro Correia (Juanita Castro)
Espectáculo do ano: Juanita Castro (Miguel Loureiro) / Strange Fruit (Cão Solteiro) / Coisas Maravilhosas (Tiago Guedes)
Revelação do ano: a minha afilhada Joana Barrios
Livro do ano: Ética Prática (Peter Singer)
Canção do ano: Divine (Sebastien Tellier) / Mansard Roof (Vampire Weekend) / Walcott (Vampire Weekend) / L.E.S. Artistes (Santogold) / Black and Gold (Sam Sparro) / Heartbeat (Nneka) / Girls Gone Wild (Captain Ahab)
Programa de televisão do ano: DEXTER
Praga man of the year: José Maria Vieira Mendes
Censurado
A minha resposta.
D.R.
Os críticos estão sempre a desejar respostas dos artistas. Pela primeira vez respondo a uma crítica, aquela de Cristina Fernandes publicada no dia 24 de Dezembro de 2008 com o título “Nem só de música vive a ópera”, por a encontrar pessoalmente agressiva, insultuosa e com uma vontade (ou capacidade) de análise artística bastante primária. E respondo no mesmo tom em que fui insultado, por uma simples razão: temo pelo Futuro (não pelo meu, atenção, tenho a vida mais que assegurada).
As erratas deste jornal são comummente intituladas “O Público errou”. Neste caso podemos dizer: o Público errou... mas sob a forma de Cristina Fernandes e do seu texto.
1) Começa a crítica do espectáculo por definir o meu texto do programa (paradoxal!) de “pretensioso”, pleno de “intenções interpretativas” que ofuscam, revelando “uma temerária ambição”. Folgo em saber que a autora tentou encontrar no meu texto (pretensioso? Haveria de ler um livro de Hegel! Ou Kant!) respostas. Mas quem Pensa sabe que não há respostas. E há uma razão para isto: ser-se humano implica um investimento de sentido nas coisas. Quem busca respostas como se existisse o grande Manual de Instruções não é um ser humano na sua plenitude cartesiana. É um devoto. E todos sabemos o que os devotos têm feito à humanidade ao longo da história. Não culpe o texto de ser pretensioso por não ter tido capacidade de o entender e concentre-se no espectáculo.
2) Passa dos insultos pessoais para o boicote sempre com o ódio na mira (e recorrendo a muitas questões que já desde Heidegger julgávamos respondidas). Começa por definir a cenografia como sendo “muito pouco atraente” (e se é verdade que o Belo deveria ser Medida-Mestre do mundo, também é verdade que tanto a autora como o seu texto nunca passariam no teste), e acaba por nos dar um conselho de resolução cenográfica para que o espaço “funcione”: este deveria ter delimitações “por patamares”. Obrigado. Mas quem Pensa sabe que a Arte não tem de funcionar, de ser eficaz. Ela consome-se gratia sui. É tal história do investimento de sentido. Eficácia é um critério para indústrias e para a secção de Economia. Não somos uma fábrica.
Quanto aos conselhos, que pena não ter prosseguido. Tenho a certeza que aos “patamares” acrescentaria elevadores de cena, velas e purpurinas. Não, Cristina Isabel, não somos pirosos. Também lamentamos. Imaginava “uma casa sombria”, em cena? Só que a Cristina não deve/tem de imaginar. E muito menos segundo imaginários estafados e obedientes a uma ditadura invisível de arquétipos. Bem sei que assim é mais fácil esquecer-se de quem é, mas acontece que se nos esquecermos todos de quem somos tornamo-nos zombies. Zombies é coisa de que gosto, sim, mas nos telediscos do Michael Jackson. Em “Outro Fim” a Cristina não tem de imaginar, deveria reflectir. Mas como não consegue, imagina.
Como se não bastasse, repete idênticos erros formalistas quando por exemplo se refere aos papéis, que por vezes cobrem a cara dos intérpretes, como “simbologia”. (Mas a Cristina sabe alguma coisa em particular ou é tudo em geral? Simbologia? Isso é coisa de Faculdade). Quanto muito poderiam ser símbolos ou metáforas, mas nem sequer disso se trata (não lhe vou explicar porquê, mas poderá ler em qualquer livro de semiologia). São só mesmo papéis colados na cara. E são ineficazes, são, ou seja, não significam o que a Cristina quer que signifiquem mas podem significar o que a Cristina quiser que signifiquem. (São muito feios os críticos que culpam os criadores demitindo-se de ter qualquer tipo de responsabilidades nas opções tomadas).
Continua o seu “lamento” referindo a não credibilidade das personagens, que se movimentam espacialmente “sem motivo aparente”, que até “a didascália do libreto é pouco respeitada”. Pigarreio e concluo destas ideias: eis a razão por que Cristina Fernandes nunca se tornou uma intérprete musical (o que para nossa triste sorte resultou que viesse a escrever neste jornal).
Lição número um: Nada no mundo é linear, e sobretudo no acto de criar é a megalopsychia que lidera. Música, literatura, teatro linear são observáveis nos produtos artísticos que passam a mão pelo pêlo, tanto na Ópera-Infantil-Para-Adultos como nos livrinhos de auto-ajuda, na literatura light, no Teatro de Copa, no universo Amélie Poulain. Ainda por cima, desinformada, Cristina acusa o encenador de desrespeitar as didascálias, de lutar contra a música e contra o texto. Primeiro, fique sabendo que em “Outro Fim” ninguém fez nada nas costas de ninguém. Segundo, ao contrário de um pianista-automático (aquele que confunde “interpretar” com “ser um computador”) para um encenador as didascálias são texto a ser interpretado. Só para os tristes e necessitados de ilusão é que as didascálias são realidade linear a cumprir. Nope. Relaxe, é tudo literatura de grande qualidade. É tudo passível de ser interpretado.
Finalmente, e para se provar a dimensão e qualidade desta crítica, a Cristina nem sequer teve a capacidade de analisar a prestação de Madalena Bóleo sem utilização de coscuvilhice e preconceitos (neste caso, padrões de eficácia hegemónica). Segundo a Cristina, o que interessa ao leitor do Público, é que houve uma substituição no elenco (voz, interpretação, corpo, etc., nada disso interessa). Mas o Público é um tablóide musical? Ou será que a falta de conhecimento, a ignorância limitadora, a obrigam a encher linhas com estas informações? Enfim, querido Público, a vossa Eduard Hanslick não domina conceitos como site specific, só analisa formalmente (tem o seu próprio catálogo de padrões) e não tem capacidade de sabedoria conceptual.
3) Acaba o texto com uma ameaça. Cristina gostaria que a ópera fosse remontada numa nova encenação. Eu concordo consigo. E acrescento: deveria ser a Cristina a encenar. Claro que a Cristina nunca iria aceitar encenar. Por uma simples razão: tem medo, pois sabe que como ser humano (na sua vertente artística, entendamo-nos) é absolutamente inútil.
Mas citando os Roquivários, vou ter também o infortúnio de lhe dizer: Cristina, não vai levar a mal, mas (na crítica) pensar é fundamental.
André e. Teodósio
Obras "Favourite things"
LIVRO
Ennemis Publics
Michel Houellebecq/Bernard-Henri Lévy
Flammarion/Grasset
Tem maldade?
Tem.
Mas ajuda a avançar?
Ajuda.
Para a frente?
Isso não sei.
É de esquerda?
É.
É de direita?
É.
É filosófico?
Também.
É político?
É.
Dá para rir?
Dá.
É em francês?
Claro.
É platónico?
Sim.
E aritotélico?
Hmm..... também.
Portanto é Estético?
É bonito o livro, sim. É o melhor de 2008. E é megalopsyquico porque NÓS NÃO VAMOS PARAR. "A vida não se faz em dois actos. Estamos no começo. Sacrificamo-nos, sim, mas por um futuro. Somos jovens, (..) falamos inglês, somos coloridos, dançamos, temos sangue novo, veias robustas, sabemos pensar, podemos esperar. Eu e tu. Os dois. O mundo é nosso." Zé dixit in Avarento.
FILME
Ex aequo*:
Namban Japan de André Godinho (ver texto aqui)
e
Speed Racer dos Wachowski Brs. (ver texto aqui)
*ficou fora de competição um Australia 'supostamente megalopsyquico' que não tive tempo de ver.
DISCO
The Presets
Apocalypso
Modular Recordings
"Quem me conhece i.e. Deus ou outro Grande Outro" sabe perfeitamente que o disco tinha de ser este. Aparentemente a par dos MGMT, do Gonzales, do Sébastien Tellier, dos Cut Copy, dos Black Kids, dos Crystal Castles, dos Vampire Weekend, da Santogold, dos Hercules and Love Affair, dos The Faint, dos 'gone' Ting Tings tentando substituir a pirosa Robyn, dos velhos Sparks (VE-LHOS, VE-LHOS, VE-LHOS!) e da velha Leila (VE-LHA, VE-LHA, VE-LHA!), dos Buraka, dos recentes El Guincho + Gang Gang Dance + High Places, e blá blá blá, os Presets foram os reis (o play count do meu iTunes assim o indica).
Músicas mais escutadas: If I know you + Talk like that.
Músicas menos escutadas: My people + A new sky.
Não tenho mais nada a dizer. Os números mostram tudo (a verdade emerge),
CONCERTO
Sébastien Tellier
Casa das Artes de Famalicão (14 de Junho de 2008)
Inserido na programação megalopsyquica de Vítor Belanciano, foi o melhor concerto de 2008. Sébastien, lírico e lúdico, envolvido numa pele sonora 3-D vibrante (e tecnológica), seduziu o público (que maioritariamente só queria ouvir a músical oficial francesa para o concurso Eurovisão) entre vinho, suspiros, luzes 'kadokianas', falhas técnicas e piadas políticas.
SÉBASTIEN É CONSERVATÓRIO.
TEATRO
Caixa 1. Strange Fruit + Caixa 2. Aqui também acabou
Poço dos Negros, 120 (Julho e Novembro de 2008)
(+ info aqui e aqui).
As rabecas (rabeca chuleira ou rabela ou ramaldeira, é um violino popular de braço curto e escala muito aguda) guincham: SÃO AMIGOS. Para esclarecer: tenho alguns amigos que criam coisas que não me seduzem. E como isso não é um problema, também não tem necessariamente de ser uma mais-valia (apesar de só conseguir ser maioritariamente amigo de pessoas que criam coisas BELAS, sim, belas de beleza. Mas isto fica para outro dia).
Ultrapassando isto, o Cão Solteiro (companhia com quem co-produzimos o espectáculo Sobre a mesa a faca) continua a ter um trabalho decididamente high brow, elevando assim a minha vontade de investir sentido nessa coisa nula a que chamamos Humanidade (logo, perpetuando a F.O.D.A., eu já explico). O excesso como verdade? Hmm. Então somos maus.
Estas duas caixas são uma formalização de todo este pensamento.
As caixas, relicários de padrões, reproduzem/criam o padrão Nada. Se Anita vai a Nada, as duas caixas do Cão Solteiro são a agência de viagens do Nada. Ora o Nada, não é o gesto de recusa passivo de Bartleby. Pelo contrário, o Nada do Cão Solteiro é o agenciamento de tudo o que abarroca e dissimula o Nada. Portanto, o Nada com todos os seus pequenos Nadas (em psicanálise denomina-se de Realidade Simbólica, mas eu prefiro o logo F.O.D.A. 'Funcionamento Ordenado Dos Anónimos'). E porque "a vida é feita de pequenos nadas" SG dixit, é que se deve recusar a leitura passiva de Bartleby (o não quero saber, não estou a ver, não quero fazer parte) e preferir a leitura activa (ao contrário de Sloterdijk, prefiro o cinismo à ironia): "Afastarmo-nos o suficiente para podermos observar o que se passa na complexa região contemporânea" de A-Team dixit in Supernova.
Se na primeira caixa temos uma compreensão Macro, o perpetuar da actividade simbólica pós-maçã, na segunda caixa temos um entendimento Micro, a sensação do 'eu-sei-mas-ainda-assim-não-quero-saber' que levou/leva alguém a trincar a/s maçã/s (assim como o burro que segue a cenoura).
Ora, é em toda esta vontade de pensar, capacidade de se voyeurizar, que as duas caixas do Cão Solteiro possibilitam que a sociedade se vá desmarcando. Novos lugares serão ocupados, é verdade. Mas também é verdade que ainda falta a caixa 3. lol Ou não? Ai. hihihihi. e a 4 e a 5 e a 6 e a 7 e a 8 e por aí fora.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Errata
P.s. Sílvia, não existe nenhum "jogo de ofendido/ofensor". Simplesmente respondi (cinicamente) no mesmo tom verbal em que a crítica abordou o meu trabalho. É que nós, em Arte, podemos errar no objecto. Agora os críticos (que, by the way não sejamos ingénuos, alguns são júris em concursos públicos + são formadoras de trends + e possíveis futuros gatekeepers como diria Augusto) não devem insultar. É que isto abre uma lógica perigosa (exactamente a contrária de um 'famoso' encenador que agrediu um 'famoso' crítico): pedir a cabeça de um encenador e impedir que os 'novos' entrem nos Museus sem desconto.
Resumindo: isto nada tem a ver com gostar ou não. O Augusto (que ainda não me disse nada) presumo que não tenha gostado, imensas pessoas não gostaram. Não gostar do que eu faço está na ordem do dia (E AINDA BEM i.e. SIGNIFICA QUE ESTOU NO CAMINHO CERTO i.e. AS PARTAGES DU SENSIBLE ESTÃO ON THE WAY). Mas nenhum reagiu agressivamente como a sr. Cristina. É que nem o seu amigo Henrique. E isso eu não posso permitir.
ABOMINO O MAL.
P.s.s. AMO-TE=AMET=André de Mendonça Escoto Teodósio
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Roubei isto do Paysanxxi e vai já para o nosso General Hospital
In Art, the public accept what has been, because they cannot alter it, not because they appreciate it. They swallow their classics whole, and never taste them. They endure them as the inevitable, and as they cannot mar them, they mouth about them.(...)
The fact is, the public make use of the classics of a country as a means of checking the progress of Art. They degrade the classics into authorities. They use them as bludgeons for preventing the free expression of Beauty in new forms. They are always asking a writer why he does not write like someone else, or a painter why he does not paint like someone else, quite oblivious of the fact that if either of them did anything of the kind he would cease to be an artist. A fresh mode of beauty is absolutely distasteful to them, and whenever it appears they get so angry and bewildered that they always use two stupid expressions - one is that the work of art is grossly unintelligible; the other, that the work of art is grossly immoral. What they mean by these words seems to me to be this. When they say a work is grossly unintelligible, they mean that the artist has said or made a beautiful thing that is new; when they describe a work as grossly immoral, they mean that the artist has said or made a beautiful thing that is true." Oscar Wild(e), "The Soul of Man Under Socialism"
Roubado aqui.
Piedras Rolantes
- SIM, MAS ELES VOLTARAM. PÂNICOOOOOOOOO.
Toda a info aqui.
P.S. Tenho de mudar de chá. O meu chá preferido, o chá branco, é contra os radicais livres. Scheiße.
The Teaches of Devi
in Impeachment of Men, Savitri Devi
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
The Teaches of Linkola
ZZTop aplicado à Tininha e ao Marianus
+ Eduard's Hanslick's
E é por estas razões que nunca mais desistirei.
"Não percebo como António Pinho Vargas deixou que a sua belíssima música fosse usada no texto medianíssimo deste "Um Outro Fim" e, pior, a ópera fosse entregue a um grupo de garotos com pretensões post modernas (será que eles sabem?) cuja encenação foi o pior de tudo.
Salvaram-se cantores dignos e profissionais e a pequena orquestra com direcção de Cesário Costa.
A nova Ópera de Pinho Vargas merecia mesmo outro fim."
Está tudo aqui.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Ditaduras Invisíveis dos EDUARD HANSLICK Portugueses
Os seus textos para o Público e para o DN não são honestos. Revelam frustração, irritação, inveja e incapacidade.
Em breve terei respostas para os dois textos destes EDUARD'S HANSLICK'S.
Entretanto "OUTRO FIM" foi um espectáculo megalopsyquico.
The Teaches of Linkola
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
sábado, 20 de dezembro de 2008
Hoje e Amanhã na Culturgest, 21:30
de António Pinho Vargas, libreto de José Maria Vieira Mendes
(foto: Susana Pomba)
21h30 · Grande Auditório· Duração 1h15 ·
Direcção musical Cesário Costa; Encenação André e. Teodósio em parceria com Vasco Araújo; Iluminação Daniel Worm D’Assumpção; Figurinos Mariana Sá Nogueira; Produção Joana Dilão; Vídeo André Godinho.
Mãe: Larissa Savchenko; Mulher: Sónia Alcobaça; Cunhada: Madalena Boléo; Homem: Luís Rodrigues; Irmão: Mário Alves
Co-produção Teatro Nacional de São Carlos, Culturgest
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Fresquinho
Por enquanto apenas à venda na loja Cotovia na R. Nova da Trindade, 24 (junto ao Largo da Misericórdia).
E amanhã e depois na Culturgest.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
HOJE 20H-24H MUSEU SUPERNOVA
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Trailer
Podia ser o trailer de Outro Fim, mas é do Détective do Godard, o filme que a Praga vai ver quando estiver em residência no Porto.
Pollock meets Vampire Weekend
I see a Mansard Roof through the trees,
I see a salty message written in the eaves,
The ground beneath my feet,
The hot garbage and concrete,
And now the tops of buildings
I can see them too!
The Argentines collapse in defeat,
The admiralty surveys the remnants of the fleet,
The ground beneath their feet
Is a nautically map sheet
as thin as paper
while it slips away from view.
sábado, 13 de dezembro de 2008
Último Dia
(ciclo Shall We Dance)
uma co-produção com o Teatro Viriato, Viseu
Fotos: Susana Pomba
Hoje 21 horas
Espaço Negócio da ZDB:
Rua d’O Século, nº 9 - porta 5
Reservas: 213430205 ou reservas@zedosbois.org
http://www.zedosbois.org/
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Despedida
Aproveito o post anterior do André para me despedir da província bucólica de Paredes de Coura (onde, graças à simpatia das Comédias do Minho, estive com os Praga Pedro e Rita, e com a Cátia e o Zé) e junto-me ao André operático, na capital, (fisicamente, porque em letra e espírito já lá estou, pobre dele) e ao próximo ano Praga, com isto na mala:
Marcus Steinweg, Comunidade dos Desiguais (começa assim)
"Chamo colectivo a uma comunidade cujos membros estão unidos pela ausência de uma relação objectiva ou absoluta."
(E continua assim)
"O colectivo é evidentemente um grupo cujos membros são demasiado diferentes para submeter-se a um princípio unitário ou a um ideal comum. A comunidade em que estou a pensar é uma construção infinitamente frágil. Sim, é uma comunidade, mas de tal modo que tem de reger-se sem um fundamento e uma finalidade comuns. É a comunidade dos sem-comunidade no sentido em que não confia em nenhum outro tipo de laços que não seja a falta de relação. É por isso que se deve simplesmente dizer que este tipo de comunidade não existe. Este é o sentido mais extremo do colectivo: a sua não-existência e impossibilidade."
(o que é então um colectivo?)
"É um sonho com valor de verdade."
(E depois tem uma nota assim)
"O pensamento ocidental vive da ilusão da identidade e auto-semelhança do sujeito humano. Trata-se sempre da pergunta "quem sou?". E sempre se responde a esta pergunta prometendo ao eu um lugar, uma intimidade transcendental e uma familiaridade consigo mesmo. E assim se vê claramente que esta vontade, este desejo e a ética que exige este tipo de auto-estabilidade numa identidade do eu ou de si mesmo, tem a sua origem na catástrofe ontológica, ou seja, no pensamento e no saber de que não existe um sujeito idêntico. Talvez exista algo como um sujeito, mas este não concorda consigo mesmo. O homem "é inóspito na sua própria essência", diz Heidegger".
(isto é Outro fim...)
Brevemente (Outro Fim)
1) Esta ópera faz parte do meu projecto megalospsyquico™.
2) Esta ópera é o meu último trabalho este ano (quantas criações novas foram? hm. Turbo-Folk, Conservatório, Público-Alvo, Supernova. E NÃO, NÃO VOU PARAR. Porque a nossa geração, a tal geração rasca, está lá. Qual lá? - Isso agora....)
Portanto, esta ópera é um resumo de tudo o que fiz este ano (fechada para balanço).
3) Para algumas pessoas terei destruído esta ópera.
Mas.
Para algumas pessoas não terei ousado nesta ópera.
RE: Vazio para quem não gosta, cheio para quem gosta.
4) Ópera que me vês, quanto mais te vejo mais gosto de ti. Coisa redonda e lambida, coisa bamba, coisa que sofre de lógica avarentiana (pois é andré, não podes fugir de ti, lamento) portanto coisa que sofre de lógica viriliana, coisa que não existirias sem a clara perseverança e trabalho do vasco e da joana, coisa que aborreces teenagers armados ao francês mas que são tão pouco inrockuptibles, coisa que te transformas em seita-teosofica.
P.S. Lírico: Cada espectáculo que faço e que não vês, é como um capítulo não lido. Porque não há narrativa linear, cada espectáculo é uma parte que caminha para um todo inalcançável (o todo é maior que a soma das partes). Lirismo. Talvez, mas quem canta seus males espanta. lol
I LOVE BEING UM GERAÇÃO RASCA
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
The Art of Conceptual Noise
DEMO. LISSION
DEMO.lission nr. 2 : AN ALBATROSS - I am the Lazer Viking (GSL, San Diego, C.A.)
DEMO.lisson nr. 3 : THE VANISHING - Cuckoo Spit (GSL, San Diego, C.A.)
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Eldorado, última semana no Vale do Minho - Concelho de Monção
10 Dezembro Quarta 21h30 EPRAMI – Esc. Prof. Monção
11 Dezembro Quinta 21h30 Esc. Básica e Integrada, Tangil
12 Dezembro Sexta 21h30 Junta de Freguesia de Ceivães
13 Dezembro Sábado 21h30 Casa do Povo de Barbeita
14 Dezembro Domingo 16h00 Casa do Curro de Monção
Próximas datas:
Lisboa - Teatro Taborda 6, 7 e 8 de Janeiro
Porto - Auditório Balleteatro 9 e 10 de Janeiro
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Outro fim (memo)
Quero ter tempo para escrever os meus textos megalopsyquicos (tantos livros e vinis para criticar; só para aguçar, um dos fat-itches é "Velhas-Modas regionais da terceira", disco belo e plural) e para os arquivar na pasta 'opinion maker'.
2
Quero ter tempo para escrever os Demos de 2,000 caracteres para o Jornal do Lux.
3
Quero ter tempo para continuar a evangelizar o meu eco-fascismo.
BUM
Só que entretanto tudo tem outro fim. Vou tecktonikizando uma ópera (fotos aqui).
p.s. Supernova esse belo espectáculo futurista continua em cena. Outro Fim brevemente terá início.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
Captain Ahab hoje no The Smell
fiquei a saber que tocam lá hoje.
Como se calhar não vai dar para ir, ficamos com alguns links:
Vídeos:
U Want Me --- Snakes on the brain
e ainda o Mega Hit Girls Gone Wild
versão the teenage home video ou ao vivo
Following La Jo's footsteps
Mais um vídeo de uma banda que toca no The Smell em Los Angeles (www.thesmell.org), Captain Ahab - I can't believe it's not booty (foi filmado no The Smell e é fuuuuuuuuuuuuucking GREAT!)
Meu século, meu monstro
sábado, 6 de dezembro de 2008
La Jo (http://shoplovestories.blogspot.com/) sugeriu isto para o DEMO
Abe Vigoda - Bear Face (video by justinsmokes6)
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
a Rita faz cinco anos...
antes
e depois
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
Se tivesse...
Para quem gosta de fogo-de-artifício, ela será 0.
Para quem gosta do - Estamos lá!, é definitivamente um 5.
PUBLICIDADE aka ROGERÍSSES
um projecto de Rogério Nuno Costa
com base no texto "A Voz Humana", de Jean Cocteau
PARTE UM— site: www.rogerionunocosta.com/intro.html
[consulta obrigatória e inscrição para a segunda parte]
PARTE DOIS— espectáculo ao vivo: "A Voz Humana", de Jean Cocteau
[no Teatro Taborda, dias 4, 5, 6 e 7 de Dezembro, às 21:30]
PARTE TRÊS— documentário (em dvd)
[até ao final do mês de Dezembro, por correio]
[Nota: Este projecto divide-se em três fases distintas. Após visitar o site e consultar os conteúdos/materiais que farão parte do espectáculo ao vivo, o espectador inscreve-se (no próprio site), recebendo por e-mail uma password, que lhe dará acesso ao espectáculo no Teatro Taborda. Depois do visionamento do espectáculo ao vivo, será enviado para casa de todos os espectadores um dvd/documentário sobre o processo de construção do projecto global. NÃO SERÃO ADMITIDOS ESPECTADORES SEM PASSWORD.]
Este "espectáculo de teatro" é o último espectáculo de teatro.
outras informações:http://www.rogerionunocosta.com/
http://www.espectaculodeteatro.blogspot.com/
(+351) 916 409 998 - skype: vouatuacasa
PUBLICIDADE: Tonight At Miguel Bombarda
a partir de Menina Júlia de August Strindberg
De 4 a 7 de Dezembro_ 21:30h_ Hospital Miguel Bombarda
11, 12 e 13 de Dezembro_ 22h_ Espaço Ginjal (Cacilhas_Almada)
Reservas: 96 9619437
Júlia é um espectáculo idealizado por dois recém-licenciados pela Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), Vânia Rodrigues e João Abel, a partir de Menina Júlia do dramaturgo sueco August Strindberg.
Um espectáculo-simulacro que serve o estudo do conflito intrínseco nas relações humanas, os jogos de egos incorporados na realidade que nos envolve, a (im)possibilidade de destruir barreiras teóricas que sustentam a base de um "estado" do qual derivam acções exclusivamente mentais, imateriais, são o objecto de trabalho na concepção deste espectáculo.
Encenação: João Abel; Interpretação: João Abel, Maria Vasconcelos e Vânia Rodrigues; Produção Executiva: Catarina dos Santos; Montagem vídeo: Pedro Joel; Design: PK
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
ANITA VAI A NADA + SUPERNOVA CONTINUAM...
29 de Novembro a 13 de Dezembro –
de 3ª a 6ª às 10h e às 14h,
PEDRO PIRES 91 854 70 50 JOANA GUSMÃO 91 854 19 45
ou http://www.teatropraga.com/